Desde o início deste século, na música feita em Portugal, associamos o nome Old Jerusalem à figura de um trovador solitário e melancólico. Francisco Silva, do Porto, economista de profissão, tem canções e histórias dentro de si e, discretamente, elas têm chegado a um público que o vai acompanhando com atenção. Neste sexto disco, nomeado com o célebre verso de Gertrude Stein, algo muda. Não é a melancolia nem a inspiração do músico para fazer preciosas canções que parecem ter estado sempre ali. A palavra a riscar na história de Old Jerusalem é “solitário”. Ele já não é aquela figura de cabelo muito comprido agarrada a uma guitarra sem ninguém à volta. Não só cortou o cabelo como A Rose Is a Rose Is a Rose conta com a colaboração de vários músicos que (com uma secção de cordas, bateria, contrabaixo e, sobretudo, o piano de Filipe Melo) dão solidez e novos trilhos à sua música. As palavras e a voz, sempre em inglês, continuam a transportar-nos para uma certa ideia de América feita de espaços amplos e tempo lento; e, mais uma vez, fazem também pensar na herança de um melancólico do século passado: o britânico Nick Drake.
Veja aqui vídeo de One for Dusty Light
Old Jerusalem já não está sozinho
Canções preciosas num disco onde Francisco Silva se rodeou da banda certa para as servir. Como se entre o Porto e as estradas dos EUA não houvesse todo um oceano...
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