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Rita Carmo
No ADN destes Tais Quais reconhece-se imediatamente a mesma matéria orgânica que, em 1996, deu origem aos Rio Grande, espécie de superbanda de música popular portuguesa que resultaria num enorme êxito de vendas. A comparação não exige grandes exercícios de criatividade, afinal muitos dos protagonistas repetem-se nos dois projetos (a saber: Tim, João Gil, Vitorino, Jorge Palma e o letrista João Monge, agora com uma presença mais discreta). Junte-se o contador de histórias de sotaque alentejano bem marcado Jorge Serafim e os músicos Celina da Piedade (voz e acordeão), Sebastião Santos (voz e bateria) e Paulo Ribeiro (voz) e chega-se aos Tais Quais. Pode aplicar-se ao seu disco o velho palavrão “conceptual”, já que encontramos aqui a ficcional Venda do Isaías, habitada pelo protagonista que vai desfiando histórias mais ou menos picarescas ambientadas no Alentejo, enquanto lugar e imaginário (um pouco como a clássica ópera rock dos The Who, Tommy, em versão modinhas alentejanas…). Sabe bem reencontrar o timbre de Vitorino na sua versão mais clássica (em Moda do Sr. Prior, por exemplo), ouvir canções novas na voz inconfundível de Palma (Mulher Fantasma, com letra de Vitorino e música de João Gil, é uma peça que funciona bem fora deste puzzle) e redescobrir o talento de Celina da Piedade num instrumento muitas vezes mal-amado que ela trata com saber e bom-gosto. Perto do final, encontra-se uma versão de um dos temas mais populares dos Xutos & Pontapés, Circo de Feras, cantado a capella, ao estilo de coral alentejano, que primeiro se estranha e depois… se estranha outra vez. Usando a linguagem dos sites de venda de música quando tentam adivinhar preferências dos potenciais consumidores: «Se gostou dos Rio Grande e dos Cabeças no Ar…
Veja o vídeo da gravação do tema Olha a Noiva Se Vai Linda