No The Modernist, todos os pormenores contam, a começar pelo edifício de 1977, exemplo do movimento modernista em Faro. Christophe de Oliveira, 44 anos, filho de pai português que rumou a França a pé, nasceu em Paris mas sempre veio a Portugal de férias. Com a mulher, Angelique, idealizava montar cá um negócio ligado à hotelaria, como o que tem em França, os Artisan Lofts Paris.
O casal gosta de integrar a arquitetura nas suas viagens, procurando destinos que os inspirem, como a californiana Palm Springs, nos EUA, a meca do modernismo, período que os fascina pela importância dada à funcionalidade de uma habitação, assente na cor, nas formas e na simplicidade (mínimo de móveis, máximo de espaço), tudo em prol da qualidade de vida.
Na zona pedonal do centro histórico de Faro, deslumbraram-se com o prédio devoluto, com as emblemáticas Livraria Bertrand e Casa Campião nas lojas térreas. Dos anos 70, foi encomendado por uma família de Lisboa ao arquiteto Joel Santana e explorado até há 35 anos por um despachante.
Desde maio, cada um dos seis apartamentos do The Modernist tem 45 metros quadrados divididos entre o quarto, a cozinha aberta e sóbria (com frigorífico, forno, placa de indução, máquina de café, tostadeira e louças), a casa de banho com duche e a zona de estar com um sofá-cama, mesa e cadeiras da portuguesa Adico. Aliás, a obra demorou quatro anos até estar finalizada, muito por causa da procura exaustiva de materiais e peças fabricadas em Portugal. Da pedra do Algarve às bancadas do Alentejo, das mobílias de Paços de Ferreira às torneiras da Bruma, das cortinas (feitas por uma costureira local) ao colchão, chaveiro e aos livros… tudo é 100% nacional.
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Num cenário pós-pandemia, Christophe acredita que as pessoas vão viajar menos, mas com melhor qualidade. No caso do The Modernist, os hóspedes farão uma viagem no tempo à arquitetura portuguesa dos anos 70, cujo expoente máximo é o arquiteto Manuel Gomes Costa, natural de Vila Real de Santo António – o centenário do seu nascimento assinala-se este ano. “Queremos trazer para Faro quem gosta de design e arquitetura e costuma viajar para Paris, Berlim ou Sardenha.”
Nas imediações do The Modernist, vale a pena visitar o Aliança, um dos mais antigos cafés da cidade, ao estilo parisiense; a loja Casa Verde, num edifício de Art Déco de 1920; e o edifício do Novo Banco e do Millennium, uma combinação única de linhas horizontais e verticais, numa decoração geométrica minimalista.
The Modernist > R. Francisco Gomes, 27, Faro > themodernistfaro@gmail.com > themodernist.pt > entre €120 e €250/noite (2 adultos + 2 crianças)