A avaliar pela casa cheia, ninguém diria que o Black Trumpet, em Santos, abriu há um mês. No dia da nossa visita, os ponteiros do relógio ainda não batiam nas 19 e 30 e já as duas salas deste restaurante (onde funcionou o Lulu, Um Pub Bonito) estavam bem compostas. O ambiente é descontraído (as noites de quinta a domingo são animadas por um DJ set) e há quem prefira ignorar o frio e fique a jantar numa das mesas da esplanada, com vista para a Igreja de Santos-o-Velho.
No Black Trumpet, tudo gira em torno dos cogumelos, escolhidos com a ajuda de vários especialistas em cultivo, como Natan Jacquemin do projeto Nãm Mushroom, que utiliza borras de café para dar vida a cogumelos, numa quinta em Marvila (está aberta a visitas).
A ementa principal (e de brunch, servido de sexta a domingo, das 9h às 15h), pensada pelo chefe-executivo Pedro Henrique Lima, usa diversas espécies, como trompeta negra (que dá o nome ao restaurante), cogumelo couve-flor, pé-de-carneiro, shitake, portobello e porcini, confecionadas de diferentes maneiras e servidas em entradas, pratos principais, sobremesas e cocktails (destaque para o shitake mule, com rum, infusão de shitake, lima, cerveja de gengibre, espuma cítrica e shitake seco, €10).
À mesa, começamos com um carpaccio de pastinaca, pickles de rabanete e cogumelo pé-de-carneiro, creme de queijo da serra da Estrela, brotos e limão assado (€12). Os dois pratos que se seguiram são imperdíveis: gnocchi de queijo fresco, ervilha, beurre blanc de vinho do Porto branco e cantharellus cibarius (€20), e bochecha de vitela cozinhada durante 15 horas em cerveja preta, cuscuz de sêmola, lúcia-lima, soubise de paris marrom e puré de batata (€26).
Para sobremesa, saboreámos o gelado de funcho caseiro com creme inglês de portobello fumado (€9) e, ao contrário do que pensámos inicialmente, não sentimos no palato o excesso de cogumelos. Sentem-se mas não se impõem. Dá para entender?
Black Trompet > Cç. Ribeiro Santos ,31, Lisboa > T. 91 505 9586 > seg-dom 12h-24h