Chegaram, na semana passada, as primeiras lampreias ao restaurante Os Courenses, tão vivas e frescas como no momento em que foram pescadas no rio Minho e logo encaminhadas para Lisboa pelo habitual fornecedor de Vila Nova de Cerveira. Habituais, também, foram os clientes que as saborearam. É que a lampreia não consta da ementa de Os Courenses, sendo anunciada através de avisos, colocados à porta e nas paredes do restaurante, para que os interessados possam encomendá-la com antecedência de dois dias. Deste modo, a lampreia pode manter-se viva e ser preparada no momento. E quem sabe da sua existência é o cliente da casa. Está a 80 euros a unidade, por agora, dando para três pessoas com bom apetite, ou quatro se também apreciarem o arroz. A lampreia de Os Courenses pode não ser das primeiras a chegar (são mais rápidas as que viajam de avião com origem em França, Canadá e outras paragens…), mas é, sem dúvida, das melhores, cozinhada a preceito por Manuel Sousa Braga, coproprietário da casa com o seu irmão José, que se ocupa da sala.
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N’Os Courenses, a cozinha e o ambiente são familiares, desde a sua abertura ao público – há mais de um quarto de século – no bairro de Alvalade, junto ao mercado
Tal como a propriedade de Os Courenses, também a cozinha e o ambiente são familiares, desde a sua abertura ao público, há mais de um quarto de século, no bairro de Alvalade, junto do mercado. A sua matriz portuguesa revela-se logo nas entradas, que vão dos salgadinhos (chamuças, croquetes e rissóis) à bola, do presunto e do paio de porco preto aos queijos (fresco, seco e da Serra), das amêijoas ao camarão e a outros petiscos tradicionais.
Outro tanto sucede com os pratos principais: alguns dos mais emblemáticos têm dia fixo, como os bacalhaus à minhota (no forno com batatas fritas às rodelas, ovo e salsa por cima), à lagareiro (com bom azeite e batatas a murro) e cozido com grão, à segunda-feira; o pernil assado no forno, os filetes de polvo com arroz do mesmo e a mão de vaca com grão ou a dobrada à moda do Porto, que vão alternando, à quarta; o cozido à portuguesa e os filetes de peixe-galo com arroz de lingueirão, à quinta; o arroz de pato, à sexta; e, outra vez, o cozido, ao sábado (na terça-feira, o tempo dita a escolha que, no inverno, provavelmente recai em feijoada à transmontana).
Outros pratos são de todos os dias e sempre apetecíveis, como a garoupa e a cabeça de garoupa cozidas ou grelhadas no carvão, os filetes de pescada com arroz e salada, os arrozes e as massas de tamboril ou de garoupa, os secretos e as plumas de porco preto, a costeleta de novilho e o coelho no churrasco, por exemplo. São todos, convém sublinhar, pratos simples mas bem apaladados e substanciais.
Os Courenses > R. José Duro, 27-D, Lisboa > T. 21 847 3619 > seg-sex 12h-15h30, 19h-22h, sáb 12h-15h30 > €20 (preço médio)