Dez anos, dez vinhos. Foi este o desafio lançado pela Revista de Vinhos a Jancis Robinson, crítica de vinhos do Financial Times, Master of Wine (um título que ainda hoje só mais 329 especialistas em todo o mundo possuem) e autora do livro The Oxford Companion to Wine, uma espécie de bíblia vinícola, de leitura obrigatória para qualquer enólogo que se preze. E a conceituada especialista britânica de 67 anos, que esteve em Lisboa a convite da revista para uma conferência, revelou as referências que mais a impressionaram na última década.
Na lista, o Douro é a região em destaque, com quatro rótulos: Barca Velha 1999, o singular tinto da Casa Ferreirinha, produzido no Douro Superior; Poeira 2011, um blend de Vinhas Velhas, com assinatura de Jorge Moreira; Quinta do Crasto Vinha Maria Teresa 2005, proveniente em exclusivo da vinha centenária Maria Teresa, cultivada a cotas extremamente baixas; e o Niepoort Batuta 2007, do produtor Dirk Niepoort, que tem como base a vinha do Carril, com mais de 70 anos.
Do Alentejo, Jancis Robinson elegeu o Espaço Rural Bojador Vinho de Talha 2015, um tinto composto da Trincadeira; da Bairrada, o Luis Pato Vinha Barrosa 2005, proveniente de uma vinha com mais de 90 anos, na freguesia de Aguim; e do Dão, o Quinta dos Roques 2007, um tinto produzido entre Mangualde e Nelas. Já na região dos Vinhos Verdes, a escolha recaiu no Soalheiro Primeiras Vinhas 2016, um Alvarinho elaborado em Melgaço, a partir de uvas colhidas manualmente em vinhas com mais de 40 anos.
Por último, os fortificados, com um Vinho do Porto a fazer parte da lista de Jancis Robinson: o Graham’s Single Harvest Tawny Port 1972, da família Symington, produtores de Vinho do Porto desde o século XIX. E a representar o vinho Madeira, o Barbeito Ribeiro Real Tinta Negra Lote 1 20 Years, produzido nas vinhas do Ribeiro Real que se espalham pela costa sul da ilha, a uma cota de 200 metros de altitude.