Partilhar uma coleção de vinis com os clientes não é fácil. Foram seis anos a levantar bem cedinho para procurar preciosidades nas feiras e vê-las agora a passar por mãos estranhas, por muita vontade que haja de dar a ouvir boa música, é sempre complicado. “A verdade é que não conseguia apreciá-los em casa e por isso pensei no que é que poderia fazer com eles”, conta Filipe Ribeiro. Falamos de 3 500 discos, de vários géneros, da música africana ao rock. Filipe encontrou o modelo perfeito no Japão, através da internet, e entusiasmou o amigo João Brandão (também com uma coleção de vinis do avô) a juntar-se a ele aos balcões do Bop Café, aberto há um mês, no Porto.
Numa estante com vários compartimentos, de uma ponta à outra do café, está guardada a coleção. Os funcionários, escolhidos a dedo pelos seus conhecimentos musicais, fazem rodar o gira-discos. A capa do álbum que está a tocar fica sempre exposta na montra, como que servindo de convite para as pessoas entrarem. Os clientes têm ainda três pontos de escuta privados à disposição e podem consultar a listagem da coleção através do site e do tablet da casa.
A carta é semelhante à de um dinner norte-americano, inspirado nos cinco anos de férias feitas nos Estados Unidos pelos proprietários. Existem três sugestões de pequenos-almoços (a piscar o olho aos turistas), três delis com vasta oferta de queijos e de charcutaria, bagels, hummus (puré de grão de bico), tartes (salgadas e doces), café de filtro à americana sempre a sair e uma seleção de cervejas de garrafa importadas (das alemãs às mexicanas). Chegue sem pressas e aprecie a música.
Bop Café > R. da Firmeza, 575, Porto > T. 22 200 1732 > seg-qui 9h30-01h, sex 9h30-02h, sáb 10h30-02h, dom 10h30-01h