GRANDE LISBOA
- Cravo (nome científico, Dianthus caryophyllus) é a designação comum da flor do craveiro, de cor intensa e cheia de pétalas aos folhos recortados. O vermelho é o símbolo da Revolução de Abril, mas também existem cravos de outras cores e tonalidades (incluindo raiados). Estão presentes na toponímia lisboeta: a antiga Rua 17, no Bairro do Caramão da Ajuda, chama-se agora Rua Cravos de Abril.
- Durante a madrugada de hoje, 25, às 00 e 20, em frente do edifício da Rádio Renascença, na Rua Ivens, em Lisboa, vai cantar-se Grândola Vila Morena. Também, no Largo do Carmo, na capital, depois da manifestação que, como é habitual, a partir das 15 horas, percorrerá a Avenida da Liberdade em direção ao Rossio poder-se-á ouvir (e cantar) a música de Zeca Afonso às 18 e 30.
- O cravo é uma flor de corte, também muito utilizada em canteiros e vasos, nos quintais e varandas. O seu cultivo, em estufa ou ao ar livre, é feito em estruturas armadas, para que o pé cresça direito e as flores bonitas. De acordo com Rui Rosário Costa, arquiteto paisagista responsável pelo Parque Botânico do Monteiro-Mor, no Museu Nacional do Traje, em Lisboa, é por esta razão que não é uma planta utilizada na ornamentação de jardins.
- Maria de Lurdes, a florista da ala nascente da Praça do Comércio, em Lisboa, acha que “a venda de cravos já foi chão que deu uvas”. De qualquer maneira, hoje, 25, entre as oito da manhã e as sete da tarde, lá estará, na sua banca, ao lado do Museu da Cerveja, a vendê-los. Os preços, diz, “não devem variar muito”: “€0,50/pé e €5 ou €6/molho de vinte”.
- Em Lisboa, os mercados municipais vão estar encerrados no dia 25 de Abril. De qualquer maneira, haverá algumas floristas abertas no feriado. Na Romeira (Av. de Roma, 50C T. 21 848 82 89), já se vendem, a €0,50 (o pé) ou €3 (o molho de vinte). Em Alcântara, no Cacto (R. de Alcântara, 26-A e 28 T. 21 363 75 58), aconselha-se a comprar o molho inteiro, porque sai mais barato do que à unidade. Os preços rondam os €6 (20 cravos), podendo variar, “sempre para baixo, nunca para cima”.
- O proprietário da Flower Power Flores (Cç. do Combro, 2 T. 21 342 2381) sustenta que “o importante é relembrar o dia para que os jovens não se esqueçam deste episódio tão marcante da história do País”. Diz que o preço dos cravos que vai ter à venda, na sua loja em Lisboa, é “simbólico” (€0,50 a unidade ou €6 o molho de vinte): “Quero ver o povo de cravo na mão. Viva o 25 de Abril!” Não muito longe, na República das Flores (R. do Alecrim, 99 T. 21 342 5073), os preços variam entre €1,50/€2 (o pé) e €7,50/€10 (o molho de vinte). E na florista da Rua Garrett (R. Garrett, 61 T. 21 342 2426), Elisabete, a proprietária, afirma que vai manter o preço de venda do ano passado: €1 cada cravo. E o molho? “Ainda não tenho preço, vai depender das encomendas. É raro haver alguém que chegue aqui e compre um molho de cravos.”
- Em Lisboa, no Horto do Campo Grande, os cravos só se vendem ao molho e por encomenda. Em vaso, é possível comprá-los no Garden Centre Oeiras – Viplant (Av. Bombeiros Voluntários de Oeiras, antiga Estrada de Oeiras T. 21 440 6590/1/2), no Centro de Jardinagem Jardim Primavera (Ramalhão, S. Pedro Penaferrim, Sintra T. 21 910 5901) e nos Jardins Sintra (Ral-Santa Maria e São Miguel, Sintra T. 21 045 1343).
- No Barreiro, o dia 25 começa com o hastear da bandeira, às 11 horas, nos Paços do Concelho, prosseguindo depois com a atuação da Banda Municipal do Barreiro no Largo do Mercado Municipal 1.º de Maio, às 11 e 45.
- Na Praça 5 de Outubro, em Cascais, a partir das 15 horas, há Dançar Abril, com o Dj Maskarilha e o artista Jackpot. Também se efetuará um encontro com os alunos de várias escolas de dança, organizado pela Arte Move, com coreografia de Paula Careto.
- O mais recente livro da autoria do fotojornalista Eduardo Gageiro chama-se Liberdade e inclui 40 imagens, a preto e branco, captadas entre os dias 25 de Abril e 1 de Maio de 1974.
- Em Palmela, até 29 de abril, estará patente 25 de Abril Um Cravo Vivo de Sonho, uma iniciativa da União de Resistentes Antifascistas Portugueses. São ao todo 11 painéis expostos na Avenida da Liberdade (Pinhal Novo) e no Largo de São João, em Palmela.
- Em Setúbal, no Fórum Luísa Todi, hoje, 25, às 18 horas, a Associação José Afonso apresenta o espetáculo Aja Sempre, com a participação dos Chullage, Francisco Fanhais, Coral Infantil de Setúbal e grupo Sons da Gente.
GRANDE PORTO
- Se não é pessoa para sair à rua sem um cravo vermelho na lapela, saiba que não tem de o comprar na véspera. No Porto, a Monceau Fleurs (Rua Damião de Góis, 160) abre das 10 às 15 horas e, para este dia, encomendou 250 cravos de produção nacional. Também no Porto, a Rapid’ Flore (R. Fernandes Tomás, 553), que está aberta das 9 às 19 horas, reservou 350 pés. Os preços variam entre €0,35 e €0,50.
- A música de intervenção de Zeca Afonso marcou a Revolução dos Cravos, em 1974, e vai ganhar uma nova sonoridade na voz das Contratadeiras. O grupo reúne 40 mulheres oriundas de vários grupos folclóricos e, dia 25, às 18 horas, sobe ao palco do Centro de Estudos Camilianos, em Seide, Famalicão, ao som da marimba e do contrabaixo dos Glauco. Temas como Grândola Vila Morena, A Morte Saiu à Rua ou Venham Mais Cinco fazem parte do alinhamento.
- Amanhã, 25, a Rosa et Al Townhouse (na Rua do Rosário, 233), no Porto, promove um workshop dedicado ao, como dizem, Portuguese Liberty Day Holiday. André Gonçalves orienta a sessão de cozinha (das 19 às 22 horas) com um “menu surpresa”, utilizando apenas produtos portugueses. Custa €30 e as inscrições são limitadas (T: 91 600 0081).
- Aos sábados, a literatura ocupa a hora do chá, em Serralves. A partir de textos de resistência, Rui Lage dá o mote Se não podemos mudar de país, mudemos de assunto, em mais uma conversa do ciclo Chá de Folhas. Scones e bolos caseiros serão acompanhados por tisanas, infusões e chás, quentes e frios. A entrada é gratuita, mas obriga a comprar bilhete de acesso ao parque (€3). Reserve lugar com 24 horas de antecedência, através de casachaserralves@gmail.com ou 916 090 966.
- O Museu Nacional da Imprensa, no Porto, acolhe uma palestra do capitão de Abril Vasco Lourenço, no próximo domingo, 28, às 16 horas, no dia da inauguração da exposição 25A40A.