‘Quero essas partes mais tostadinhas. Ai, que até estou aqui a salivar”. O jovem, de sotaque estrangeiro, antecipava o prazer gustativo com olhos de gula, à medida que César Correia satisfazia o seu pedido. E na verdade, este gerente da Casa Guedes, junto ao Jardim S. Lázaro, não tem mãos a medir a aviar as suas sandes de pernil.
“Esta casa, sem esta carne, não é nada. Se acaba antes da noite, apetece-me fechar logo as portas”, diz-nos, sem nunca largar o facão. César Correia tem 53 anos e há 27 anos que confeciona o seu pernil. Não desvenda o segredo “isso é que nunca” , mas a verdade é que as sandes têm conquistado um público jovem e turistas que vêm já previamente com a indicação, descoberta em sites e revistas estrangeiras.
As fatias, cortadas finas de uma peça inteira assada em tabuleiro de alumínio, são mergulhadas no “molho especial” da assadura e colocadas num pão estaladiço saído da torradeira (€2,50 cada sande). Pode ainda acrescentar-se, como variante, uma fatia de queijo da serra (mais um euro).
Raramente quem prova fica apenas pela ingestão de uma. segue-se logo outra. “Há aqui coisas muito boas. Quem quiser venha cá provar. Eu é que não posso estar aqui a falar senão a casa pára.” Geralmente, termina-se com uma fatia de queijo barrada com doce caseiro (€3,50).
Nesta tasca tradicional da baixa portuense, a qualidade dos produtos paio de porco preto do Alentejo, presunto de Bragança, salpicão de Baião e queijo da Serra da Estrela atestam o sabor das tapas (entre €12,50 a €30) e asseguram esplanada cheia.
CASA GUEDES
Praça dos Poveiros, 130 Porto
T. 22 200 2874
Seg-Sáb 8h-22h30