Com a chegada da segunda vaga de infeções, a Europa está de novo a braços entre a proteção da saúde e o não deixar que a economia leve um tombo tão grande como na primeira onda. Resiste-se a confinamentos demasiado drásticos, embora já existam alguns, e aposta-se noutro tipo de medidas.
Pedro Simas tem “esperança” que já estejamos a atingir o pico da segunda vaga e que, agora, “fiquemos num planalto” e que “consigamos viver com este número um bocadinho mais alto de infeções”. O virologista não “gostaria de ver os números aumentarem esta semana para os 3 000 ou 3 500 contágios diários”. No entanto, sublinha, “ninguém sabe em Portugal a partir de que número” devem soar mais alto as campainhas porque isso, também, depende da média de idades dos infetados. “Se a média for alta, haverá mais internamentos, depois mais pessoas nos cuidados intensivos e, infelizmente, mais mortos.”
Apesar da perceção geral de que estamos perante um vírus muito infeccioso, Pedro Simas nota que este “novo coronavírus não tem mais infecciosidade do que outros coronavírus já existentes”, o que, neste caso, é diferente “é a percentagem da população que está suscetível” porque estamos numa situação pandémica, se fosse endémica isto não aconteceria.
Acrescenta ainda que, neste momento, “estamos com uma média semanal de 129 casos” por cada 100 mil habitantes, quando o “número considerado confortável é de 50 casos”. “Estamos quase com o triplo.”
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