A hipertensão arterial pulmonar é uma doença cardiopulmonar rara, grave e de rápida progressão, que pode levar à morte dos doentes, em média, seis a sete anos após o diagnóstico. “Falamos de uma doença com uma esperança média de vida de seis a sete anos, que são vividos em sofrimento, e que tem um impacto na produtividade de pessoas, na sua maioria, em idade laboral, que deixam de conseguir trabalhar. É crucial haver uma maior aposta em estratégias de diagnóstico precoce, mas também uma melhor resposta para o tratamento destes doentes, muitas vezes esquecidos”, explica Cátia Rodrigues, presidente da Associação Portuguesa de Hipertensão Pulmonar (APHP).
Embora possa afetar pessoas de todas as faixas etárias, estima-se que mais de 90% das pessoas diagnosticadas tenham menos de 60 anos. Os sintomas incluem cansaço extremo, falta de ar, dor no peito, tonturas constantes e desmaios. A hipertensão arterial pulmonar é uma doença que tem maioritariamente consequências ao nível do coração, acabando por vezes em situações de falência cardíaca que levam à morte do doente.
“A hipertensão arterial pulmonar é uma sentença para os afetados. Além de ser uma doença sem cura, afeta significativamente a rotina do doente, que deixa de conseguir praticar desporto, realizar tarefas domésticas básicas, ter uma vida íntima com o seu parceiro ou até de brincar com os seus filhos. O impacto, infelizmente, não fica por aqui, uma vez que a maioria dos doentes têm também dificuldades na vida profissional, como incapacidade de trabalhar ou de manter um emprego a tempo inteiro”, acrescenta ainda Cátia Rodrigues.
Um estudo nacional realizado pela GfK Portugal, uma empresa multinacional de estudos de mercado, e agora divulgado pela APHP, revela que cerca de 90% dos portugueses nunca ouviram falar da doença.
Os dados do estudo, resultantes de 801 entrevistas realizadas entre 22 e 29 de novembro de 2024, indicam que, após terem conhecimento do que é a doença e das suas consequências, os portugueses não têm dúvidas acerca do elevado impacto da doença na qualidade de vida, sendo que 87% consideram que a vida pessoal seria a componente mais afetada, sobretudo devido à possibilidade de dependência de terceiros para realizar as tarefas básicas.