A Direção-Geral de Saúde (DGS) informou esta terça-feira, num comunicado publicado no site oficial, que existe um surto de hepatite A em Portugal, depois da identificação de 23 casos desde o início do ano até ao dia 5 de março.
“O Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA) identificou, entre os confirmados, seis casos das estirpes do vírus da hepatite A anteriormente identificada no surto que ocorreu entre 2016-2018, afetando vários países europeus, incluindo Portugal”, salientou a DGS.
“Até à data, e de acordo com a informação disponível dos casos notificados, não parece haver associação com o eventual consumo de alimentos específicos, nomeadamente morangos, tendo em conta o alerta de segurança alimentar da Europa sobre a deteção e pré-venda, em Espanha, de lotes de morangos contaminados com vírus de Hepatite A oriundos de Marrocos, país endémico de hepatite A”, indicou ainda.
Embora esteja em curso uma investigação epidemiológica, tem-se verificado “um aumento do número de casos reportados em janeiro e fevereiro de 2024, em comparação com igual período de anos anteriores”, referiu também.
O que é a hepatite A?
A hepatite A é uma inflamação aguda do fígado, órgão que exerce as funções relacionadas com a digestão, armazenamento de energia ou remoção de toxinas do corpo. A doença desenvolve-se quando uma pessoa ingere o vírus da hepatite A após tocar num objeto contaminado ou ingerir algum alimento comprometido. Não se trata de uma doença crónica uma vez que se cura num período inferior a seis meses e raramente exige internamento hospitalar.
A que sintomas devemos estar atentos?
A presença do vírus da hepatite A no corpo pode originar sintomas como perda de apetite, sensação geral de mal-estar, febre, diarreia dores no corpo, vómitos, dor na parte superior direita do abdómen, colúria (urina escura), icterícia (pele e olhos amarelos).
Como se trata?
Não existe um tratamento específico para a hepatite A, uma vez que não há um medicamento para esta doença. Deve-se procurar acompanhamento médico, repousar e ter uma dieta rica em proteínas e baixa em gorduras.
Como se previne?
A DGS recomenda uma prevenção centrada nos cuidados de higiene e no manuseamento dos alimentos, especialmente entre os viajantes “com destino à América Latina, África e Ásia”:
- Lavar bem as mãos antes e depois de manusear alimentos.
- Evitar o consumo de alimentos crus.
- Lavar bem e descascar a fruta antes de a comer.
- Escolher locais com boas condições de higiene e em que os produtos sejam facilmente alterados pelo calor.
- Separar os alimentos crus dos cozinhados.
- Cozinhar muito bem a comida.
- Manter os alimentos a temperaturas seguras.
- Respeitar os prazos de validade dos produtos e acondicionar corretamente os alimentos.
- Usar água tratada/engarrafada para lavar e confecionar alimentos.
- Beber água engarrafada.
- Na impossibilidade de obter água engarrafada, consumi-la tratada:
- Utilizar água engarrafada ou fervida para confecionar sumos, gelo e ainda para a escovagem dos dentes;
- Consumir apenas produtos lácteos pasteurizados.
- Vacinação, que está disponível mediante prescrição médica.