Um estudo publicado esta semana na revista Cell Genomics revela que não existe apenas uma forma do tipo mais comum de cancro da próstata, mas que esta doença pode ser classificada em dois subtipos, conhecidos como “evotipos”. Esta é a forma de cancro mais comum entre os homens, sabendo-se que um em cada oito podem ser diagnosticados com esta doença ao longo da vida.
Os cientistas provam que a doença pode desenvolver-se no corpo de duas formas diferentes e que isso abre novas possibilidades quando se trata de identificar os pacientes que precisam de receber tratamento. A maioria dos cancros da próstata formam-se no tecido glandular que reveste alguns órgãos internos e, se é verdade que esta doença pode ser mortal, também é verdade que para muitos pacientes o risco é baixo.
David Wedge, investigador deste estudo e professor no Centro de Investigação do Cancro de Manchester, no Reino Unido, afirma que “o principal problema do cancro da próstata é identificar os 15% dos homens que a forma mais agressiva da doença, que pode espalhar-se para outros órgãos e causar a morte”. “Se conseguirmos identificar esses homens, podemos dar-lhes um tratamento mais direcionado… e podemos deixar de lado os outros 85% dos homens. Isso é benéfico porque a cirurgia em si tem muitos efeitos colaterais.”
Os investigadores sequenciaram o genoma de 159 pacientes com cancro da próstata com o apoio da Inteligência Artificial (IA) e analisaram diferentes padrões, incluindo a forma como o ADN pode ter sido danificado e a ordem em que aconteceram alterações genéticas. O resultado do estudo demonstra que os cancros da próstata podem ser enquadrados em dois “evotipos”.
Os cientistas sugerem que, no futuro, um teste genético pode ajudar a determinar que pacientes possuem o “evotipo” mais agressivo e, dessa forma, ajudar a escolher um tratamento adaptado a essa forma específica. Wedge refere ainda que agora pode ser relevante explicar se cada “evotipo” pode estar associado a fatores como a idade ou a etnia do paciente.