Um novo estudo, desenvolvido por investigadores do Texas, EUA, concluiu que as pessoas que não conseguem arrotar devido a uma condição de saúde rara, denominada Disfunção Cricofaríngea Retrógrada (R-CPD), têm mais probabilidade de sofrer de ansiedade e depressão.
“A R-CPD não é familiar para muitos profissionais de saúde, o que pode deixar os doentes mal cuidados. Não afeta apenas a vida diária, mas também as relações pessoais e profissionais”, escrevem os autores do estudo,
A equipa pretendia analisar o impacto social da “síndrome do não arrotar”, como é conhecida esta doença, relatada pela primeira vez em 1987 (apesar de ter recebido o seu nome oficial apenas em 2019), em que o esfíncter esofágico superior – músculo – perde a habilidade de relaxar, o que impede que o excesso de gás no estômago saia pela boca.
Por isso mesmo, pessoas com esta condição necessitam, muitas vezes, de deitar-se ou forçar-se a vomitar para aliviar os sintomas, que são dolorosos. Esta doença pode ser tratada através de uma injeção de botox no músculo em questão, mas o processo envolve custos elevados.
O estudo incluiu quase 200 participantes com este problema, e os investigadores chegaram à conclusão de que estas pessoas sofrem altos níveis de ansiedade e depressão, sentindo-se muitas vezes constrangidas socialmente bem como impactos negativos em seus relacionamentos e na vida profissional.
Segundo a equipa, 98% dos voluntários que não conseguem arrotar relataram sentir inchaço constante, 93% disseram ouvir “ruídos socialmente constrangedores” com frequência, 89% referiram ter flatulência excessiva e 55% disseram sentir dificuldade em vomitar.
“Aumentar a consciencialização através da compreensão das características básicas da doença pode aumentar as taxas de diagnóstico e tratamento, melhorando a qualidade de vida” destes doentes, escrevem ainda os investigadores.