Os quatro pacientes receberam, segundo o The Guardian, que avança a notícia, versões não licenciadas do Cabazitaxel, um fármaco de nova geração utilizado no tratamento de cancro da próstata, administrado por via intravenosa.
O medicamento tem a aprovação da agência britânica que regula os medicamentos e os cuidados de saúde, a MHRA, mas as versões que foram administradas a estes quatro doentes são diferentes das licenciadas e terão sido fabricadas pela Sciensus para pacientes específicos, adianta o jornal.
A companhia é o maior fornecedor do Reino Unido de produtos farmacêuticos e cuidados de saúde em casa para o serviço nacional de saúde e privados britânicos. É contratada para fornecer e administrar medicação essencial ao domicílio e o serviço abrange, atualmente, cerca de 200 mil pessoas com problemas de saúde que vão desde cancro a diabetes, passando por demência e VIH.
De acordo com um porta-voz da Sciensus, na origem do erro, que se revelou fatal para um dos quatro pacientes afetados, esteve “um incidente isolado na fabricação dos medicamentos, em abril”.
Este episódio vem a público depois de o The Guardian ter publicado uma investigação que expunha as preocupações de pacientes e médicos sobre a empresa e as consequências negativas evitáveis que alguns doentes estariam a sofrer na sequência de erros da Sciensus. Um trabalho seguinte revelava que o CEO e membro da direção da companhia, Darryn Gibson, tinha sido avisado, em 2020, que havia pacientes em risco de hemorragia interna graças a administrações incorretas de medicação.