Não é novidade que o sono afeta a saúde, com vários estudos a concluírem que bons hábitos de sono melhoram o bem-estar, o humor, a concentração e a produtividade, mas também as relações familiares e sociais, de acordo com um documento elaborado pela Ordem dos Psicólogos portugueses.
Pelo contrário, diz o mesmo documento, os maus hábitos de sono estão muitas vezes associados a sintomas de depressão, ao abuso de álcool e outras drogas, assim como à diminuição do desempenho e da produtividade.
Agora, uma nova investigação, conduzida por investigadores da Escola de Medicina de Harvard, em Boston, nos EUA, concluiu que seguir um padrão de sono regular e considerado saudável pode ajudar a diminuir as probabilidades de se morrer precocemente.
A equipa avaliou o sono de 1750 pessoas, que foram acompanhadas em média durante 7 anos, através de dados retirados do Multi-Ethnic Study of Atherosclerosis (MESA), um estudo médico em andamento neste momento, financiado pelo National Institutes of Health (NIH) norte-americano.
Todos os voluntários utilizaram um actígrafo no pulso, um pequeno dispositivo em forma de relógio, com o objetivo de monitorizar os seus ciclos de atividade e repouso e avaliar os seus padrões de sono. Durante o período de acompanhamento, morreram 176 participantes.
Os resultados revelaram que os participantes que mantiveram um horário de sono regular e saudável tiveram um risco 40% menor de morte prematura relativamente àqueles que não tinham hábitos de sono saudáveis.
De acordo com as recomendações do Centro de Controlo de Doenças (CDC) norte-americano, seguir hábitos de sono saudáveis significa dormir regularmente entre sete a nove horas diárias. Já as crianças de 6 a 12 anos devem dormir de 9 a 12 horas por noite e os adolescentes entre 8 e 10 horas, segundo a entidade.
Também em Portugal é indicado que um adulto durma, em média, de 7 a 9 horas por noite, todos os dias, inclusive aos fins-de-semana. De maneira a conseguir uma boa higiene de sono, a Ordem dos Psicólogos indica que “a agenda de sono deve incluir um período para relaxar (momento de preparação para o sono; pode
envolver actividades como ler ou meditar) e um horário para dormir, ou seja, um horário consistente para apagar as luzes e tentar adormecer”.
Em comunicado, Joon Chung, autor principal do novo estudo estudo, explicou que os resultados desta investigação demonstram os benefícios de aumentar a discussão sobre a importância de se ter “uma boa noite de sono” e “ampliar esse objetivo para obter várias boas noites de sono seguidas, durante a semana e fins-de-semana”.
As descobertas da nova investigação foram apresentadas na reunião da Associated Professional Sleep Societies em Indianápolis, Indiana, EUA, no início do mês.