Segundo um novo estudo desenvolvido por uma equipa de investigadores da Universidade de Nortúmbria, no norte de Inglaterra, as bagas Haskap têm o potencial “de melhorar o desempenho da corrida de resistência”.
Inicialmente provenientes dos climas mais frios do Hemisfério Norte como o Canadá, Japão, Rússia ou Polónia, as bagas Haskap são conhecidas pela variedade de nutrientes que as compõe, nomeadamente os elevados níveis de vitamina C, antioxidantes e, concretamente, “antocianinas”, já associadas anteriormente à capacidade de “melhorar a recuperação e o desempenho do exercício” com benefícios anti-inflamatórios e vasculares.
O estudo publicado na Nutrients, explora os efeitos das bagas no “desempenho na corrida de resistência” de 30 corredores do sexo masculino. Os participantes foram postos à prova numa série de testes de resistência. Após uma primeira visita que permitiu o registo dos números iniciais de cada um, foram selecionados aleatoriamente alguns corredores que teriam de consumir bagas Haskap até à visita seguinte, altura na qual seriam registados novamente os tempos de cada participante para posterior comparação.
O grupo que consumiu as bagas apresentou melhorias “significativas” em duas áreas, segundo o estudo. O fruto parece ter influência tanto sobre a velocidade dos corredores, como sobre a sua resistência. De facto, ao longo de uma distância de cinco quilómetros, aqueles que consumiram as frutas viram os seus tempos melhorar em cerca de 20 segundos, assim como demoraram mais tempo até atingir o seu ponto de exaustão.
“Estas pequenas e poderosas frutas parecem ajudar os corredores a ter um melhor desempenho durante tarefas cansativas, aumentando a sua velocidade de corrida numa distância comum como cinco quilómetros”, disse Glyn Howatson, principal autor do estudo e professor de fisiologia humana e aplicada na Universidade de Nortúmbria. “Vimos uma melhoria de cerca de 2% no desempenho do tempo de corrida, o que não é trivial. Por outras palavras, corres cerca de 0,25 km/h mais rápido na mesma distância”.
Os mecanismos por trás das melhorias no desempenho dos corredores ainda não são inteiramente compreendidos, mas o Howatson acredita que as bagas de Haskap poderão afetar a “nossa capacidade de combater a inflamação induzida pelo exercício e o stresse oxidativo ou melhorar a função vascular e a utilização de oxigênio” ou até “uma combinação dos três”.
O estudo sugere a baga Haskap como uma alternativa “não farmacológica e baseada em alimentos” que pode “apoiar o treino e competição”.
A descoberta é mais uma prova de que alimentação tem um grande impacto no desempenho humano e, concretamente, no desempenho atlético. “O que é entusiasmante é que este é um alimento que pode ser facilmente consumido, é muito saboroso e tem o potencial para melhorar o desempenho atlético na corrida, mas talvez também em outros desportos de resistência, como o ciclismo. O que realmente gostamos nestes estudos aplicados é que estamos a desbloquear o poder das frutas, como as bagas de Haskap, para entendermos como podem beneficiar diretamente os atletas”.
Algumas das limitações da pesquisa, de acordo com os próprios investigadores, incluem a falta de conhecimento sobre as quantidades de nutrientes oferecidos pela baga que são, de facto, absorvidos por cada um dos participantes, o que não permite determinar a dose ideal que deve ser consumida para um otimização no desempenho do exercício.
O estudo foi encomendado pela empresa Haskapa, produtora de sumo de bagas Haskap, um pormenor que os investigadores garantiram não ter influenciado o processo de “estruturação do estudo, a recolha, análise ou interpretação dos dados, a preparação do artigo ou a decisão sobre onde publicar os resultados”, segundo a Revista Men´s Health.