Os testes rápidos de antigénio parecem ser menos eficazes a detetar infeções com a variante Ómicron do vírus da Covid-19. Dados preliminares indicam que estes testes, que apresentam o resultado em cerca de 15 minutos, perdem sensibilidade perante a nova variante do SARS-CoV-2, segundo revela a FDA (Food and Drug Administration), a entidade que regula os medicamentos nos Estados Unidos da América.
Baseado em amostras de pacientes infetados – portanto, com o vírus ativo -, o estudo realizado em colaboração com os institutos de saúde nacionais dos EUA sugere que “os testes antigénio conseguem detetar a variante Ómicron mas podem ter sensibilidade reduzida”. Em Portugal, por exemplo, o Infarmed só aprova testes antigénio com uma sensibilidade superior a 90%, fasquia que pode estar comprometida na deteção da nova variante.
A FDA acrescenta que, antes de avaliar amostras com o vírus vivo, estudos prévios em laboratório, baseados em amostras com o vírus morto, tinham indicado que os testes antigénio mostravam idêntica sensibilidade face a diferentes variantes, Ómicron incluída. Agora, informação mais fidedigna vai no sentido oposto, mas a FDA informa que estão a ser realizados mais estudos de modo a testar o desempenho destes testes rápidos.
Entretanto, a FDA aconselha a que se continuem a usar os testes antigénio de acordo com as instruções e com o propósito para o qual estão definidos, sem deixar de notar o que sempre se soube, ou seja, que “os testes antigénio são menos sensíveis e têm menor probabilidade de detetar infeções muito precoces em comparação com os testes moleculares”, como é o caso dos PCR.
Por isso, explica a FDA numa nota publicada na sua página oficial, se um teste antigénio der um resultado negativo e a pessoa suspeitar que tem Covid-19, por via de sintomas ou de um contacto de risco, deve submeter-se a um PCR para confirmar o diagnóstico.
Em outubro de 2020, as autoridades de saúde portuguesas divulgaram que “uma maior sensibilidade dos testes é obtida quando são realizados em indivíduos sintomáticos e numa fase inicial da infeção (casos com início dos sintomas inferior a 5-7 dias), período em que a carga viral no trato respiratório superior é mais elevada”.
Nesta circular informativa conjunta da Direção-Geral da Saúde, do Infarmed e do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, era também sublinhado que os testes antigénio não apresentavam o mesmo grau de deteção do vírus do que os testes moleculares. Falta agora perceber com certeza qual a sua fiabilidade perante a variante Ómicron.