Peter Openshaw lidera um órgão consultivo do Governo britânico para “ameaças de vírus respiratórios novos e emergentes” e mostrou-se preocupado este fim-de-semana, em declarações à Times Radio, com a gravidade que a pandemia ainda mostra versus a noção que os cidadãos têm disso.
“Não sabemos quanto tempo a vacina vai durar mas já tivemos tempo para ver a imunidade cair e penso que se tornou muito claro que recentemente que estas vacinas não são para sempre – fornecem muita proteção, mas precisam de ser reforçadas”, afirmou o professor de medicina experimental do Imperial College London.
A Covid ainda é uma “situação séria”, “não acabou”, sublinhou o especialista, numa altura em que os hospitais britânicos recebem cerca de doentes novos por dia e há mais de mil pessoas com respiração assistida.
“Acho que as pessoas não percebem o quão grave é a situação nos hospitais públicos, com tanta gente com ventiladores e mais de 9 mil internados atualmente com Covid-19”, acrescentou.
A solução? Acelerar as doses de reforço. “Se olharmos para quem ainda morre de Covid, são predominantemente os que têm mais de 50 anos”.
Também Mike Tildesley, membro de outro grupo de aconselhamento científico do Governo britânico para a criação de modelos de comportamento do Influenza, concorda que “ainda não estamos a salvo” e considera “possível” a vacina contra a Covid-19 ter de ser administrada anualmente, à semelhança do que acontece com a da gripe.