Se é homem e tem menos de 30 anos, deve ter especial atenção a este artigo. Segundo Luís Teixeira, médico ortopedista especialista em patologia da coluna vertebral, este é o perfil das vítimas das lesões cervicais provocadas por mergulhos nas praias, piscinas e zonas balneares costeiras ou fluviais. E, além do sexo e idade, há uma outra mistura perigosa: calor e bebidas alcoólicas. Um estudo recente do Centro Norte-americano de Biotecnologia, explica o especialista, vem revelar que jovens do sexo masculino, entre os 15 e os 30 anos, associados ao verão e ao álcool são uma combinação explosiva. “Os acidentes de mergulho são a quarta causa de lesão medular e vários estudos demonstram que a maioria ocorre em lugares com uma profundidade inferior a 150 centímetros” avisa, explicando que “quando superior a 3m/s, a velocidade do impacto é suficiente para causar lesões cervicais irreversíveis”.
“Se pensarmos que o homem médio pesa normalmente 80 kg e chega a atingir os 15km/h na execução do mergulho, a força que é exercida sobre esta estrutura sensível é simplesmente insustentável”, avisa o médico e também presidente da associação sem fins lucrativos Spine Matters, contando: “A maioria das fraturas ocorre precisamente entre a 5ª e a 7ª verticais, mas em função da velocidade e profundidade pode atingir outras vértebras com consequências ainda mais graves.” O médico explica, no vídeo, como ocorrem as lesões e o que deve ser feito, para as evitar, na hora de mergulhar.
Números
Estatísticas apresentadas do Sistema Nacional de Saúde sobre acidentes de mergulhos
96% atingem coluna cervical
É esta zona com 7 vértebras que mais é afetada pelos traumatismos
15% ficam tetraplégicos
Não é raro o acidente afetar o tronco, os braços e as pernas
92% são homens
Os jovens dos 15 aos 30 são os que correm maior perigo
85% entre maio e setembro
Maioria dos acidentes acontecem nos meses mais quentes
Como ocorrem as lesões
Médico Luís Teixeira explica de que forma acontecem os traumatismos durante o mergulho
- Ao mergulhar com o corpo curvado em local raso, a cabeça bate no solo.
2. Após o impacto com o solo, o pescoço recebe o peso do corpo, absorvendo o impacto e produzindo uma brusca flexão ou extensão do pescoço podendo ocasionar uma fratura ou o deslocamento de vértebra cervical, (geralmente a C5 ou a C6), que pode resultar em trauma da medula espinhal.
3. A fratura ou luxação das vértebras comprime a medula responsável pela transmissão das ordens vindas do cérebro para todas as regiões do corpo humano.
4. A compressão da medula causa uma necrose (morte dos tecidos e células da região atingida), o que impede a transmissão dos estímulos vindos do cérebro e também da sensibilidade dos membros.
5. A pessoa fica paralisada e não sente os seus membros. Segundo o grau da lesão da medula, o mergulhador pode ficar tetraplégico, (sem movimentação nos braços e nas pernas) ou paraplégico, paralisado só nas pernas.