“É uma tendência um pouco perigosa”, alertou a líder da equipa de cientistas da Organização Mundial da Saúde (OMS), Soumya Swaminathan, referindo-se à possibilidade de as pessoas serem livres de decidir misturar duas doses de vacinas diferentes contra o SARS-CoV-2.
De acordo com a OMS, essa decisão deve ser da responsabilidade das autoridades de saúde de cada país.
“Seria uma situação caótica se fossem os cidadãos a decidir quando e onde tomavam uma segunda, terceira ou quarta dose”, acrescentou. A pediatra sustenta, ainda, que são necessários mais estudos sobre o impacto de misturar vacinas.
A britânica Universidade de Oxford publicou um estudo na revista The Lancet, ainda sem revisão dos pares, no qual sugere que a mistura das vacinas da Pfizer/BioNtech e da AstraZeneca gera uma resposta imunitária robusta contra a Covid-19. Recentemente, a investigação foi alargada e passou a incluir, também, os imunizantes da Moderna e da Novavax.
Além da possibilidade de tomar duas doses diferentes poder aumentar a resposta imunitária, esta conjugação também poderá ser útil para contrariar a escassez destes fármacos, permitindo a administração das vacinas disponíveis em cada momento, independentemente do laboratório.
A própria OMS admitiu, em junho, que a vacina da Pfizer/BioNtech pode ser administrada como segunda dose no caso de alguém que começou por tomar o imunizante da AstraZeneca, caso esta última não esteja disponível.
Em Portugal, a Direção-Geral da Saúde autorizou que os menores de 60 anos inoculados com a primeira dose da AstraZeneca concluíssem a vacinação com um dos imunizantes com a tecnologia mRNA (Pfizer/BioNTech ou Moderna).