Após analisar os dados de mais de 600 mil pessoas vacinadas, um estudo do King’s College London concluiu que uma em cada quatro sente efeitos secundários leves que duram, na maior parte das vezes, apenas um dia.
Entre os sintomas relatados estão: febre, náuseas, tonturas, diarreia, mialgias ou calafrios, mas os mais prevalentes são a fadiga e as dores de cabeça e no braço no qual foi administrada a injeção.
A investigação está publicada na revista científica The Lancet Infectious Diseases e avalia as eventuais reações adversas de mais de meio milhão de pessoas inoculadas com as duas doses da Pfizer/BioNtech e com uma dose da AstraZeneca (como os dados foram recolhidos até 10 de março, muitos ainda não tinham recebido a segunda toma desta vacina).
Um em cada quatro vacinados teve sintomas de mal-estar generalizado entre um a dois dias a seguir à inoculação e dois terços sentiu apenas reações locais
A informação foi registada através da aplicação ZOE Covid Symptom Study, na qual voluntários imunizados no Reino Unido inseriram os sintomas que verificaram nos oito dias seguintes a serem vacinados.
A dor associada ao local da injeção foi sentida por 71,9% dos participantes inoculados com a primeira dose da vacina da Pfizer/BioNTech e por 68,5% daqueles que receberam a segunda. Também 58,7% dos imunizados com a primeira toma da AstraZeneca reportaram a mesma situação.
Sintomas de mal-estar generalizado, como dores de cabeça, cansaço ou arrepios, afetaram 33,7% daqueles que tomaram a injeção da AstraZeneca. Já no que diz respeito à Pfizer/BioNTech, 13,5% sentiram-nos após a primeira dose e 22% a seguir à da segunda.
As cefaleias, por exemplo, surgem em 7,8% dos casos com a primeira dose da Pfizer/BioNtech e em 13,2% com a segunda, enquanto a AstraZeneca causou dores de cabeça a 22,8% daqueles a quem foi administrada a primeira dose.
No geral, um em cada quatro vacinados (25,4%) teve sintomas de mal-estar generalizado entre um a dois dias a seguir à inoculação e dois terços (66,2%) sentiu apenas reações locais (como dor ou calor no local da injeção ou inchaço nas glândulas das axilas).
À BBC, o investigador que liderou a análise, Tim Spector, do King’s College London, sublinhou que estes resultados confirmam que os efeitos secundários das vacinas contra o SARS-CoV-2 “são habitualmente leves e de curta duração”.
As pessoas com menos de 55 anos e, em particular, as mulheres, foram aquelas que mais reportaram efeitos secundários.
O estudo também revelou que os indivíduos que haviam sofrido de Covid-19 tinham três (2,9) vezes mais hipóteses de sentir efeitos adversos generalizados depois de inoculados com a primeira dose da Pfizer/BioNTech e duas (1,6) vezes mais após a administração da primeira dose da AstraZeneca.
A investigação constatou, ainda, que ambas as vacinas garantem uma redução significativa do risco de infeção ao fim de 12 dias.