Coube mais uma vez ao especialista André Peralta Santos, da Direção Geral da Saúde, a missão de abrir a conferência do Infarmed sobre a situação epidemiológica em Portugal Mas hoje, as notícias são quase todas boas. Aliás, a sua apresentação, de cerca de 10 minutos, bem consubstanciada pelos habituais gráficos, pautou-se pela frase “mantém-se a tendência decrescente”.
No gráfico sobre a incidência cumulativa por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias, mostrou-se que em todo o País os casos são menos do que 141 e, na maioria das regiões, ficam mesmo abaixo dos 120. A exceção continua a ser Lisboa e Vale do Tejo, o Centro e o Alentejo. Na Madeira, o número de casos aparece a subir, mas justifica-se essa situação por um erro de notificação de casos no passado.
A tal “tendência decrescente” verifica-se também quando se analisa a incidência por idades, mantendo-se, porém, o padrão de maior vulnerabilidade na população com mais de 80 anos.
Nos internamentos em enfermaria e em cuidados intensivos, os valores voltam a estar aos níveis da primeira semana de novembro. A mortalidade reporta aos números de outubro,
Pela primeira vez, André Peralta Santos apresentou um gráfico de internamentos em enfermaria por grandes grupos etários: crianças, adultos e mais de 80 anos. Nestes casos, os números vão descendo consoante diminui a idade dos infetados. Mas nas unidades de cuidados intensivos, o quadro é outo: A faixa etária que mais necessita deste tipo de internamento é a dos 60 aos 79 anos. Segundo o especialista, esta realidade é fruto do efeito protetor provocado pela vacinação da população mais vulnerável que já se sente no terreno. À medida que os mais jovens forem sendo vacinados, também eles virão a prescindir de cuidados intensivos.
Neste momento, a única tendência crescente é mesmo a da variante inglesa do SARS-CoV-2, que representa 66% dos casos positivos em Lisboa e Vale do Tejo. No Centro e no Norte, a prevalência também é superior a 50 por cento, o que continua a preocupar os especialistas por causa da sua maior transmissibilidade e possível aumento da mortalidade.