O índice de transmissão (Rt) está a crescer rapidamente e os últimos dados da Direção-geral de Saúde (DGS) indicam que a nível nacional se situa no 1,20. Ou seja, em cada 100 doentes são originados 120 novos casos. Este índice mede a velocidade de transmissão do vírus, nomeadamente a quantidade média de contágios dos infetados. Por isso, quando está acima de 1 significa que a pandemia está em fase de crescimento. De acordo com os dados oficiais, a última vez que este valor se situou abaixo de 1 foi no dia 25 de dezembro.
Desde então, não para de crescer, o que revela o aumento galopante de contágios. Há poucos dias, o Rt nacional estava no 1,16, mas rapidamente evoluiu para 1,18, tendo agora chegado aos 1,20. Segundo os dados da DGS, as regiões do Algarve e do Centro são as que apresentam, neste momento, um valor de transmissão do vírus mais elevado, estando o R nos 1,24.
A região de Lisboa e Vale do Tejo, por seu lado, apresenta um índice de transmissão de 1,20, o Alentejo regista 1,21 e o Norte 1,18. Ou seja, a pandemia está disseminada por todas as zonas do País e os contágios estão a crescer a um ritmo acelerado em todo o continente. Números que se assemelham aos verificados em Março, altura da primeira vaga, quando a pandemia estava a crescer.
O Rt mede o valor de reprodução do vírus. É um dos valores que mais preocupa o Governo e as autoridades de Saúde por ser um indicador da força e do comportamento do vírus. E tem sido escolhido pelos governantes como um dos elementos determinantes para a tomada de decisão sobre o relaxamento ou agravamento das medidas de confinamento
Aliás, no início da pandemia, de acordo com dados do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge, o Rt chegou a tocar os 2,49, mas depois começou a descer, desde o dia 12 de março (data em que foi feito o anúncio do fecho das escolas). Essa queda acentuou-se a 16 de março (dia do fecho das escolas) e a 18 de março (anúncio do Estado de Emergência). O confinamento e as medidas de contenção resultaram: o valor do Rt desceu para os 0,94. Por isso, a meio de abril, nomeadamente entre 12 e 16 de abril, cada infetado já originava, em média, menos de um caso secundário.
Esse valor de 0,9 acabou por subir depois da semana da Páscoa, e em maio voltou a ultrapassar o índice 1. Entre 23 a 27 de maio, a média nacional foi de 1,02. Desde então e até agora, o índice de transmissão foi registado sempre alguma variação, mas considerada controlada, com o Rt a situar-se umas vezes um pouco abaixo do valor 1, outras um pouco acima.
Neste momento, a situação é diferente e está a preocupar os especialistas. O regresso a valores semelhantes aos de março é sinal de que o contágio está a crescer e o controlo da pandemia cada vez mais longe.
O Rt – ou valor de reprodução do vírus- é desde o início um dos valores que mais preocupa o Governo e as autoridades de Saúde por ser um indicador da força e do comportamento do vírus. E tem sido escolhido pelos governantes como um dos elementos determinantes para a tomada de decisão sobre o relaxamento ou agravamento das medidas de confinamento.
Quando o Rt se situa abaixo de 1, é sinal de que a propagação do vírus está a baixar. Um exemplo: um Rt de 0,9 significa que 100 doentes vão originar 90 novos casos e se se mantivesse nesse valor de Rt, a seguir passaríamos para 81 casos, depois para 72,9, até o vírus desaparecer. Acima de 1, significa que o SARS-Cov2 está a multiplicar-se. É exatamente, segundo indicam os dados da DGS, o que está neste momento a suceder em Portugal, e a grande velocidade.