Um novo estudo apresentado esta segunda-feira sugere que os pulmões dos pacientes que tiveram Covid-19 apresentam uma boa capacidade regenerativa.
Os dados preliminares do relatório do estudo foram anunciados no Congresso Internacional da Sociedade Respiratória Europeia. De acordo com Sabina Sahanic, aluna de doutoramento na Universidade de Medicina de Innsbruck, na Áustria, e uma das autoras do relatório, citada pela CNN, “a má notícia é que as pessoas apresentam danos pulmonar devido à Covid-19 semanas após a alta; a boa notícia é que os danos tendem a melhorar com o tempo, o que sugere que os pulmões têm um mecanismo de auto-reparação”.
A metodologia da análise consistiu em avaliar o estado de saúde de 86 pacientes com Covid-19 que participaram num estudo entre os meses de abril e junho. Os indivíduos foram acompanhados durante seis semanas após a alta do hospital e mais recentemente, após doze semanas. De acordo com Sahanic, citada pela CNN, cada avaliação “incluiu um exame clínico, testes laboratoriais, análise da função pulmonar, tomografias computorizadas do tórax e ecocardiogramas”.
Os resultados revelaram que, durante as seis semanas, cerca de 65% dos pacientes apresentaram sintomas persistentes de Covid-19, sendo que 47% tinham falta de ar e 15%, tosse. Os peritos observaram, ainda, que alguns indivíduos apresentavam sinais de disfunção do ventrículo esquerdo no coração. Isto significa que o ventrículo não tem a capacidade de preencher o volume normal, o que pode conduzir a problemas de insuficiência cardíaca. Já durante as doze semanas de acompanhamento, os peritos notaram que a falta de ar melhorou substancialmente, tendo-se verificado num menor número de pacientes (39%). Já a tosse persisitiu em 15% dos indivíduos.
Estas descobertas iniciais não foram publicadas como estudo científico nem avaliadas pelos pares. Além disso, têm algumas limitações, como a pequena amostra de pacientes submetidos e o facto de muitos deles terem sido fumadores. Os especialistas reforçam que será necessário realizar mais pesquisas para determinar se descobertas semelhantes podem ocorrer entre um grupo maior e mais diversificado de pacientes.