Desde que em 31/12/19 foram reportados à OMS os primeiros casos de Covid-19 em Wuhan, China , são 196 o número de países ou regiões com casos positivos. Atualmente , a estatística aponta para mais de 8.2 milhões de pessoas infetadas em todo o mundo, 25% das quais no Estados Unidos e cerca de 445 mil mortos . Se analisarmos a estatística dos números de mortos por cada milhão de habitantes conforme se pode verificar no gráfico, facilmente identificamos 6 (Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Reino Unido e Rússia) dos 8 países que compõem o G8, no top 20 de maior índice de mortalidade. Apenas Alemanha e Japão, não fazem parte . Por outro lado, estão incluídos neste grupo 6 países da União Europeia, juntamente com o Brasil.
Os G8 reúnem 64 % da riqueza mundial e uma população total aproximada de mil milhões de habitantes.
O Brasil, apesar de estar em sétimo lugar do ranking da economia mundial, não apresenta um sistema de saúde tão desenvolvido como os países que compõem o G8.
Países da União Europeia, tais como a Suécia, Espanha, Portugal, Holanda, Irlanda e Bélgica , apresentam um sistema de saúde com resultados reconhecidos. Mesmo assim, todos eles têm uma taxa de mortalidade diária por milhão de habitantes superior à de muitos países com menos capacidades económicas. Esta reflexão deve ser feita atendendo a incongruência dos resultados.
A mortalidade aumenta consoante alguns fatores de risco tais como idade superior a 65 anos , doenças crónicas e baixa imunidade.
A possibilidade de muitos países não realizarem testes para a Covid-19 nos casos em que a causa de morte é desconhecida ou em situações de quadros respiratórios de etiologia duvidosa pode influenciar o resultado final aquando da contagem de mortes. Se em países subdesenvolvidos esta realidade é mais que provável, noutros países mais ricos e influentes, como os do G8, teoricamente, todos os casos suspeitos ou duvidosos deveriam ser testados.
Se tivermos em conta que os hospitais nestes países estão bem equipados e sem limitação na prescrição de medicamentos para o tratamento, por exemplo, da pneumonia, não é de esperar que a mortalidade seja mais elevada. Pelo contrário, deveriam estar na cauda da tabela e não no topo!
Alguns fatores poderão influenciar estes resultados. Estes países chamados ricos apresentam uma percentagem elevada de doentes obesos e diabéticos, erros alimentares constantes e consumo excessivo de álcool e tabaco. Estes fatores de risco irão aumentar o número de casos de cancro do cólon e pâncreas, entre outros, e, consequentemente, a necessidade de utilização de quimio/radioterapia. O sistema imunitário ficará comprometido e a Covid-19 terá todo o caminho aberto para provocar estragos irreversíveis no organismo do doente, podendo levar a um quadro de falência total de órgãos e morte.
O outro fator decisivo será a média de idade da população nestes países. Em países europeus como a Itália, em que predomina a população com faixa etária avançada, esta é mais suscetível de ser afetada com gravidade pela Covid-19.
Em contrapartida, verificamos que em países com menor PIB e fracas condições sanitárias e de higiene, a taxa de mortalidade é menor. Esta realidade pode ser explicada pelo facto de fazerem menos testes, nomeadamente em mortes inexplicadas, bem como pelo sistema imunológico destes doentes, sujeitos com frequência a infeções por estarem inseridos em locais de menores condições habitacionais.
A Covid-19 afeta mais a população com recursos económicos favoráveis. Estes resultados comprovam a importância do sistema imunitário no combate e controlo da Covid-19 . Quando mais estimulado for, maior a capacidade de resposta. A prova provada é a taxa de mortalidade mais baixa em crianças e pessoas que vivem em países com fracos recursos socioeconómicos.
O sistema imunitário é e será sempre importante no combate a qualquer infeção. Em todo o caso para evitar a propagação da Covid 19, a lavagem das mãos com frequência e durante 20 segundos, a utilização de máscara e o distanciamento social continuam a ser importantes medidas para o controlo da doença. E é apostando nestas três medidas e na vacina que, a médio prazo, a Covid-19 será finalmente controlada.