“Para os viajantes oriundos dos países onde há circulação comunitária ou uma situação ativa do vírus, era necessário antes de embarcarem fazerem o teste”, disse à Lusa o oficial de emergência da Organização Mundial de Saúde (OMS) em Angola.
Algumas companhias aéreas anunciaram já que vão fazer testes rápidos para a covid-19, uma abordagem que o especialista considera “muito importante” do ponto de vista epidemiológico, mas que por enquanto não está validada pela OMS.
Para Walter Firmino, “é importante que os países tomem medidas de segurança” quando for reaberta a aviação comercial, sublinhando a importância de expandir os testes.
O responsável da OMS lembrou que 80% das pessoas portadoras do novo coronavírus estarão assintomáticas, pelo que só a medição da temperatura nos aeroportos não basta.
“É importante que se façam os testes para todas as pessoas que estão a viajar para não importar de novo o vírus. Há necessidade de tomar essas medidas, mas isso vai depender de cada país”, disse à Lusa.
O epidemiologista salientou, por outro lado, que existe escassez de testes a nível mundial e que os países africanos têm tido problemas com a aquisição das análises.
Questionado sobre se poderá ser criado um boletim para a covid-19, à semelhança do boletim de vacinas obrigatórias contra determinadas doenças, requerido em Angola e noutros países, afirmou que não se pode comparar a infeção a doenças endémicas como a febre amarela, mas admite que poderá passar a ser exigida documentação.
“Para já ainda não podemos chegar até aí, mas se, por acaso, conseguirmos ter a vacina, poderemos ir por aí, poderá ser uma situação viável”, adiantou o especialista.
O número de mortes provocadas pela covid-19 em África subiu para 1.521 nas últimas horas, com quase 35 mil casos da doença registados em 52 países, segundo as estatísticas mais recentes sobre a pandemia naquele continente.
Entre os países africanos que têm o português como língua oficial, Guiné Equatorial lidera em número de infeções (315) e uma morte, seguido de Cabo Verde (113 e uma morte), Moçambique (76), Guiné-Bissau (78 e uma morte), Angola (27 infetados e dois mortos) e São Tomé e Príncipe tem 11 casos confirmados.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 217 mil mortos e infetou mais de 3,1 milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Perto de 860 mil doentes foram considerados curados.
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