O estudo, liderado pelo investigador Jianyun Lu, do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças de Guangzhou, na China, analisou o caso de três famílias que apresentaram sintomas de Covid-19, depois de terem jantado no mesmo restaurante, na cidade de Guangzhou, na China, concluindo que o contágio foi causado pela transmissão de gotículas, através do ar condicionado do estabelecimento.
O artigo foi publicado na revista online Emerging Infectious Diseases, do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC), que confirma que “o forte fluxo de ar do ar condicionado pode ter propagado as gotículas” entre as mesas das três famílias.
O primeiro infetado dos 10 casos estudados, regressou de Wuhan, na China, no dia 23 de janeiro. No dia seguinte, almoçou com a família, no restaurante, sem janelas e com o ar condicionado ligado. As outras duas famílias estavam sentadas nas mesas vizinhas, a cerca de um metro de distância entre elas.
O primeiro paciente apresentou sintomas de febre e tosse durante a tarde desse mesmo dia e foi encaminhado para o hospital. Duas semanas mais tarde, quatro membros da sua família, três da segunda família e dois membros da terceira testaram positivo para o Covid-19.
Depois de investigarem, verificou-se que a única fonte de contágio foi o primeiro paciente do restaurante. “Ao examinarmos as potenciais cadeias de transmissão, concluímos que a causa mais provável deste surto foi a transmissão de gotículas”, confirma o relatório. “Concluímos que, neste caso, a transmissão de gotículas foi motivada pela ventilação com ar condicionado. O fator chave para a infeção foi a direção do fluxo de ar”.
A empresa confirma que os 73 clientes que jantaram no mesmo andar, apesar de terem tido um contacto com o paciente infetado, não apresentaram sintomas da pandemia, assim como nenhum funcionário foi contaminado.
Foram realizados testes às amostras retiradas ao ar condicionado do restaurante, comprovando que este não continha gotículas carregadas de vírus, apenas foi o transportador. A equipa que escreveu o artigo confirma que “para evitar a propagação do vírus nos restaurantes, recomendamos aumentar a distância entre as mesas e melhorar a ventilação”.
No relatório é ainda declarado que a pesquisa tem limitações porque não conduziu um estudo experimental simulando a rota de transmissão aérea, nem realizou estudos aos membros das famílias ou aos outros clientes para aferir o risco de infecção.