O estudo, publicado pela equipa de resposta COVID-19 do Imperial College de Londres e citado pela Nature, quis avaliar o efeito de intervenções como o encerramento de escolas e a proibição de reuniões em massa. E o que aquela equipa encontrou foi uma alteração no número de reproduções efetivas do vírus. Caso esse valor fosse maior do que 1, as infeções continuariam a aumentar e o surto a espalhar-se de forma galopante. No caso de ser menor do que 1, a taxa de novas infeções tenderia a baixar, até que a epidemia ser considerada sob controlo.
No fim, não há dúvidas: o relatório mostra que alguns dos países estudados caíram abaixo desse limiar e que isso se deveu às medidas de bloqueio implementadas. Trabalhos anteriores realizados por outros grupos tinham já avançado que a quarentena imposta na China fora responsável pela redução do valor da infeção para menos de 1 – estancando a curva da epidemia.
Como em muitos países não há capacidade para testes generalizados à população, descreve a Nature, o que este modelo faz é usar mortes associadas à Covid-19 para encontrar o rasto da propagação do vírus, em vez de se socorrer das taxas de infeção. Dado o intervalo que decorre entre infeção e morte, pode ainda demorar algumas semanas até que os efeitos das intervenções sejam sentidos. Sobretudo em países ainda numa fase relativamente inicial da sua epidemia.
Ainda assim, prudentemente, os investigadores não associam esta redução a uma medida em particular. E fazem também questão de sublinhar que ainda é cedo para saber se as intervenções, como um todo, estão a ter o efeito pretendido em alguns países europeus. Mas, rematam, “se as tendências atuais continuarem, há motivos para otimismo”.