Se detetada precocemente, uma sépsis – uma infeção generalizada – pode ser controlada com antibióticos. Pelo contrário, se for tarde demais, a reação violenta do sistema imunitário à infeção acaba por provocar danos nos órgãos e tecidos e a morte sobrevem em poucos minutos.
Atualmente, os resultados dos testes usados para detetar a sépsis chegam a demorar dias (implicam cultura em laboratório), mas a nova investigação, de uma equipa de investigadores da Universidade de Columbia, Nova Iorque, publicada na Nature, oferece uma forma muito mais rápida de diagnóstico.
Testes em ratos e humanos permitiram descobrir duas moléculas que são produzidas pelas células imunitárias durante processos inflamatórios prolongados, como os que levam à sépsis: trata-se de duas moléculas de ácido ribonucleico (RNA), não codificantes, a que é dado o nome de microRNA. Níveis elevados de miR-221 e miR-222 revelaram o efeito de suprimir o sistema imunitário de ratos com sépsis, após o que os investigadores se viraram para 20 dentes hospitalizados com suspeita da infeção generalizada. Os que já tinham sinais de falhas orgânicas apresentavam também níveis mais altos de miR-221 e miR-222
O grupo de investigadores, liderados pelo imunologista Sankar Ghosh, acredita que um teste às duas microRNAs pode identificar rapidamente que pacientes estão a lutar com uma sépsis.
“Os nossos resultados mostram que moléculas específicas chamadas microRNAs podem ser biomarcadores de um mau prognóstico”, explica Ghosh.