Ao ler um artigo que defendia que acordar às cinco da manhã aumentava a produtividade, Jon Levy, cientista comportamental, analisou a investigação e discordou da conclusão.
Levy realça que nem todos somos “madrugadores”. E a menos que façamos parte da fatia da população com esse “chip”, não nos devemos forçar a acordar demasiado cedo. Porquê? O cientista apresenta três razões, citadas pelo Business Insider:
1 – Pode reduzir a felicidade
De acordo com o neurocientista Russell Foster, não há nenhum estudo que demonstre que acordar cedo torne as pessoas mais produtivas. Também não significa que vão ganhar mais dinheiro – não há diferenças no estatuto socioeconómico entre as pessoas que acordam cedo e as que acordam tarde.
Uma investigação sobre o que torna as pessoas mais felizes revelou que o primeiro factor é dormir o suficiente, que surgiu bem à frente da interação social.
2 – Vai contra a natureza biológica
Michael Breus, também conhecido como o “Médico do Sono”, salienta que o nosso corpo está programado para funcionar melhor em determinados momentos do dia e que isso varia de pessoa para pessoa.
A nossa biologia influencia as horas do dia a que somos mais produtivos e a esmagadora maioria não está “programada” para acordar com força e energia às cinco da manhã.
3 – Diminui a produtividade
Acordar num horário antinatural pode causar privação de sono. O cansaço diminui a produtividade, torna as pessoas menos funcionais e mais irritáveis.
Um estudo de 2000, revelou que após 17 a 19 horas sem repouso, as pessoas revelam o mesmo ou pior nível de concentração que uma pessoa com 0,05% de álcool no sangue. Os tempos de reação foram 50% mais lentos em indivíduos que não tinham descansado em comparação a pessoas que tinham consumido álcool.
Para a minoria das pessoas que são biologicamente predeterminadas para acordar cedo, acordar às cinco da manhã pode ser natural e rentável.
No entanto a maioria de nós não está nessa condição e tentar mudar não irá aumentar a produtividade. Pelo contrário, pode prejudicar o ciclo de sono biológico a longo prazo.