Beber um copo de cerveja por dia ou uma garrafa e meia de vinho por semana, ou seja, beber álcool moderadamente, pode baixar o risco de aparecimento de alguns problemas cardiovasculares – mas não todos. A descoberta é de um grupo de investigadores da Universidade de Cambridge e da niversity College London.
O consumo moderado de álcool foi associado a uma maior prevenção contra doenças do coração e dos vasos sanguíneos, em comparação com a abstinência de álcool ou com a ingestão em demasia.
Em comparação com o consumo moderado, não beber álcool de todo foi associado a um maior risco de ataque cardíaco, angina instável, insuficiência cardíaca, morte súbita por problemas coronários, AVC por perda de fluxo sanguíneo, aneurisma abdominal e doença arterial periférica. Por outro lado, o grupo de pessoas que bebia álcool excessivamente tinha um risco mais elevado de insuficiência cardíaca, paragem cardiorrespiratória e problemas de circulação.
Os autores do estudo, publicado no British Medical Journal, analisaram o estado de saúde de cerca de 1,93 milhões de adultos do Reino Unido e compararam-no com o consumo de álcool que cada um deles tinha. Esta é a primeira vez que é realizado um estudo tão grande acerca da relação entre o álcool e doenças cardiovasculares.
“Biologicamente, quem bebe álcool moderadamente tende a ter riscos menores de infamação e níveis mais altos de colesterol bom. É provável que digam que, nestes casos, essas pessoas tendem a ser também mais saudáveis e ativas socialmente e que isso tem maior importância na redução do risco de várias doenças cardíacas do que o álcool em si”, referiu Steven Bell, um dos autores do estudo, ao The Independent.
No entanto, o investigador lembra que esta relação entre o consumo de álcool e o risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares já era conhecida anteriormente. Este estudo, apoiado num tão grande número de participantes, vem reforçar a ideia de que é importante repensar a forma como os médicos aconselham os seus doentes acerca do papel do álcool na saúde.
Estes resultados não devem, contudo, ser levados ao extremo. Os autores explicam que seria imprudente encorajar as pessoas a beber com o objetivo de reduzirem o risco de doenças cardiovasculares – o exercício físico ou parar de fumar, por exemplo, são dois comportamentos mais seguros e com influência nessa diminuição.