A Alemanha acaba de encerrar as suas últimas três centrais nucleares. Justificação de Steffi Lemke, ministra do Ambiente da Alemanha: “A posição do governo alemão é clara: a energia nuclear não é verde. Nem é sustentável. Estamos a entrar numa nova era de produção de energia.”
Essa “nova era de produção de energia” é fazer regressar o país ao século XIX, quando o carvão reinava, supremo.
Há décadas que convivemos com o papão da energia nuclear. O nascimento dos movimentos ambientalistas de massas está, aliás, ligado ao nuclear. A Greenpeace começou (e bem) como um movimento de protesto contra os testes americanos com bombas na ilha de Amchitka, Alasca, mas logo alargou a sua oposição (e mal) ao nuclear com fins pacíficos. O acidente de Three Mile Island, em 1979, e sobretudo o de Chernobyl, em 1986, pareceram cobrir de razão os ambientalistas. A energia nuclear assemelhava-se a uma espada de Dâmocles radioativa.
Para a Alemanha, Fukushima, em 2011, foi a última gota. Na sequência do acidente (cuja radiação comprovadamente provocou uma só morte, anos mais tarde), o governo de Angela Merkel decidiu acelerar o descomissionamento das centrais nucleares germânicas. O plano foi apoiado e aplaudido efusivamente pel’Os Verdes, partido que se formou e cresceu às costas do nuclear, instrumentalizando e cavalgando o medo.
Essa decisão custou muitas vidas.
Este é um excerto da newsletter da VISÃO Verde. Para continuar a ler, clique aqui.