Uma nova estimativa para o grande número de formigas no planeta Terra chega pelas mãos de investigadores da Universidade de Hong Kong, que analisaram 489 estudos para chegarem à soma impressionante de 20.000.000.000.000.000 formigas. Ou seja, 20 mil biliões de formigas (trillion, em inglês).
A investigação, publicada na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences, destaca o papel que a as formigas têm nos ecossistemas terrestres, fornecendo uma base de dados importante para explorar os fatores ambientais dos habitats das formigas e para analisar o comportamento destes insetos relativo às mudanças ambientais.
A equipa de investigadores, que teve por base dados de todos os continentes, habitats e biomas, revelou que a massa total de formigas no planeta Terra é de 12 megatoneladas de carbono seco (uma megatonelada equivale a um milhão de toneladas), o que corresponde a cerca de um quinto da massa total dos humanos.
O número total de formigas “excede a biomassa combinada de aves e mamíferos selvagens e corresponde a cerca de 20% da biomassa da Humanidade”, afirmam os autores. Dito de uma forma descomplicada: se todas as formigas fossem colocadas numa balança, superavam o peso do conjunto de todas as aves e mamíferos selvagens do mundo. Ou mais simples ainda: por cada pessoa no planeta, existem cerca de 2,5 milhões de formigas.
“É inimaginável. Simplesmente não conseguimos imaginar 20 mil biliões de formigas numa pilha, por exemplo”, confessam os autores, acrescentando que a investigação envolveu dados de muitos de países ao longo de um século.
Quanto às regiões mais habitadas por formigas, as tropicais e subtropicais apresentam maior densidade, em detrimento das regiões polares. Florestas e regiões secas também estão na lista dos habitats destes insetos, consoante a espécie de formigas. “A densidade de formigas de serapilheira (que vivem na camada superficial do solo) é mais alta nas florestas, enquanto o número de formigas forrageiras (que fazem formigueiros sob o solo) é mais alto em regiões áridas”, explicam os cientistas.