Setenta crias de lince-ibérico nascem em 2021, segundo uma monotorização levada a cabo pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF). Com os novos membros, estão agora referenciados 200 linces ibéricos que vivem em liberdade entre os concelhos de Serpa, Alentejo e Tavira, no Algarve, anunciou a entidade que gere o projeto de reprodução e reintrodução em Portugal, que disponibilizou também dois vídeos de duas fêmeas com as crias, capturados por câmaras de foto-armadilhagem.
Houve o ano passado mais dez nascimentos do que no anterior. Os números, no entanto, não são finais, podendo “ainda ser revistos em alta, dada a vasta área agora ocupada pela espécie”, indica o ICNF.
A reintrodução do lince-ibérico na natureza em Portugal foi um processo iniciado em 2015. No início do século XXI, o lince-ibérico foi considerado a espécie de felino mais ameaçada do mundo, atingindo uma fase de pré-extinção (“criticamente em perigo”) na Península Ibérica.
Sete anos depois do começo do projeto que procurava reintroduzir a espécie em Portugal, o número de linces já atingiu os 200. Antes disso, os últimos vestígios de lince em território nacional haviam sido detetados em 2001.
Segundo ICNF, “um dos aspetos mais relevantes de 2021 foi a consolidação da população em território algarvio, onde agora residem cerca de 20 exemplares e onde ocorreram 9 nascimentos”.
Os próximos anos reservam, ao abrigo do projeto LIFE Lynxconnect (LIFE 19 NAT/ES/001055), “iniciativas para reforçar a ligação entre as várias populações de linces e valorizar o ecossistema mediterrânico, melhorando a qualidade do habitat e a abundância de presas”.
O sucesso da reintrodução do lince depende é resultado, de um “esforço ibérico” que conta com a colaboração de “caçadores, agricultores, proprietários, ONGs, autarquias e entidades governamentais” e cujo objetivo é contrariar o anterior caminho que a espécie seguia em direção à extinção.
Ainda durante o mês de fevereiro ou início de março, “será dada continuidade ao processo” da reintrodução do lince-ibérico no Vale do Guadiana, garante o ICNF.