Um avião da Air France fez uma viagem transatlântica, de Paris para Montreal, com uma mistura de óleo alimentar (16%) e querosene no depósito. O Airbus 350 poupou, assim, 20 toneladas de emissões de dióxido de carbono na sua viagem de longa-distância entre França e Canadá. O voo partiu do aeroporto de Charles De Gaulle na terça-feira.
Este combustível foi desenvolvido pela Total, uma produtora e fornecedora de combustíveis, gás natural e eletricidade. Para isso, usou uma refinaria do sul de França renovada, em 2019, de forma a produzir biocombustível. “O desenvolvimento de biocombustíveis faz parte duma ampla estratégia energética da Total para descarbonizar a indústria do transporte”, disse em comunicado Patrick Pouyanné, CEO da Total.
O custo dos biocombustíveis é mais elevado do que o tradicional. Neste caso, houve um custo acrescido de 4 euros por passageiro. A União Europeia fixou, no Pacto Ecológico Europeu, uma meta para o uso de combustível sustentável nos voos de companhias aéreas europeias. Em 2025, espera-se que 2% do combustível nos aviões seja bio, e em 2030, 5 por cento.
As metas do Pacto levantam algum descontentamento por parte das companhias, que argumentam que estas obrigações as expõem a uma concorrência desleal com as empresas que nãosão da UE, apesar de operarem no território europeu. Como resposta, as companhias low-cost, como a Ryanair, Wizz Air e EasyJet, escreveram à UE em março para exigir que as regras se aplicassem a todos os voos com origem na Europa.