Cerca de 3,3 milhões de árvores foram plantadas na Mata Nacional de Leiria, na rearborização da área ardida e na recuperação da área afetada pela tempestade Leslie, anunciou o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
“No âmbito de ações de rearborização de área ardida e de ações de recuperação de área afetada pela tempestade Leslie, foram plantadas, aproximadamente, 3.372.000 [árvores]”, revelou o ICNF, prevendo que “faltem plantar cerca de 4.942.000 plantas arbóreas e arbustivas”.
A Mata Nacional de Leiria (MNL), que ocupa dois terços do concelho da Marinha Grande, tem 11.021 hectares. Nos incêndios de 15 de outubro de 2017, 86% da sua área ardeu, de acordo com o ‘site’ https://mnleiria.icnf.pt/. Já a tempestade Leslie, um ano depois, afetou 1.137 hectares desta mata, também conhecida como Pinhal do Rei ou Pinhal de Leiria.
A sua estratégia de recuperação contempla quatro fases: estabilização (2017-2021), reabilitação (2019-2022), recuperação (2022-2025) e consolidação (2022-2038).
O Instituto explicou que na fase 2 “foram rearborizados, por plantação, 2.645 hectares”, tendo sido plantadas, até ao final da última primavera, “mais de 25 espécies florestais”, atendendo às “condições concretas de solo e disponibilidade hídrica de cada local”.
“Nos 2.645 hectares plantados, as cinco espécies mais utilizadas foram o pinheiro-bravo (cerca de 2.300 hectares), o pinheiro-manso (100 hectares), o medronheiro (60 hectares), o sobreiro (60 hectares) e o carvalho-português (60 hectares)”, especificou.
Quanto à regeneração natural, as áreas identificadas para este aproveitamento “tiveram por base as parcelas de terreno que, à data do incêndio, estavam ocupadas por povoamentos florestais de pinheiro-bravo com idade superior a 20 anos, situações com elevada possibilidade de o banco de sementes existente no solo permitir a viabilidade de regeneração natural”. Totaliza 2.211 hectares e, “apesar de incidirem maioritariamente sobre regeneração natural de pinheiro-bravo (2.165 hectares), também abrangem parcelas com regeneração natural de espécies folhosas autóctones (46 hectares)”.
Segundo o ICNF, o investimento já aplicado na recuperação da MNL soma 3.365.846 euros, montante relativo à “contratação de serviços externos”, não englobando os custos suportados pelo Instituto com a operação de meios próprios.
Até 2025, quando termina a fase 3, o investimento deverá ser de quase 5,7 milhões de euros, “sem prejuízo de investimentos adicionais que se venham a identificar como necessários em função da evolução dos ecossistemas”.
Quanto à fase de consolidação, o ICNF realçou que, “considerando o longo ciclo de vida das árvores e até que a MNL volte a gerar receitas, o que ocorrerá muito depois de 2038, os investimentos na gestão” do Pinhal de Leiria “serão de montante muito superior ao que resultou da venda do material lenhoso ardido ou afetado pela tempestade Leslie”.
“(…) Estima-se que até 2038 seja investido na gestão da MNL, nas diferentes operações de instalação, condução da vegetação e prevenção de riscos abióticos e bióticos, um montante de cerca de 28 milhões de euros”, adiantou.
O ICNF acrescentou que “o valor de alienação do material lenhoso ardido e do material lenhoso afetado (tombado, partido, em risco de queda) pela tempestade Leslie totaliza 17.175.249 euros e respeita aproximadamente a 1.944.000 árvores”.
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