Esta primavera, multiplicaram-se as queixas sobre podas abusivas feitas pelos serviços camarários de vilas e cidades de todo o País. Em abril, um cidadão de Oeiras foi mesmo detido por ter tentado impedir os funcionários da câmara liderada por Isaltino Morais de cortar os ramos das árvores em frente a sua casa (depois de ter sido levado pela polícia, os homens continuaram o trabalho e deixaram as árvores sem uma única folha).
Para tentar travar as “amputações” de árvores, o PAN apresentou um projeto-lei que regulamenta a carreira de arborista, para que as podas e os abates sejam feitas com critérios mais restritos.
As podas abusivas e sem critério aparente são um problema generalizado em Portugal. “O que me faz muita confusão, e me preocupa, são os casos constantes e diários que nos enviam, que deixam as árvores completamente destruídas, e não há nunca uma explicação, por mais que se escreva e que se pergunte. Não existe nenhum argumento técnico. Não há argumentos para isto”, acusa Rosa Casimiro, da Plataforma em Defesa das Árvores.
“As árvores não são podadas porque estão em perigo. Eles chegam a uma rua e podam as árvores todas. Tem de haver uma motivação que eu não estou a compreender. Este investimento que se faz nas podas destrói todos os benefícios que a árvore pode ter”, acrescenta a ativista. “Mas nós sabemos que existem outras coisas. Há negócios, há empresas, há interesses. E depois há os votos, porque há muitas pessoas que não gostam de árvores, ou porque está no sítio onde querem estacionar os carros, ou tapar a vista, ou a fazer sombra, então pedem para lhes resolverem o problema pessoal. Imagino que se houver muita gente numa rua a querer, elas podem ser cortadas.”
A VISÃO pediu aos leitores que nos enviassem fotos de podas drásticas nas suas cidades. Devido ao enorme número de imagens recebidas, vamos publicar três galerias com algumas das fotos mais impressionantes, dividas por regiões: Norte, Centro, e Sul e Ilhas. Esta é a primeira.