Duas tartarugas marinhas, da espécie Caretta caretta, foram reintroduzidas no seu ambiente natural, o mar, no passado dia 1 de Novembro, numa operação do Oceanário de Lisboa, com o apoio da Marinha Portuguesa.
Durante dois anos, Daisy e Touché – que podem chegar aos 80 anos – estiveram em recuperação no aquário da capital e a ser preparados para a libertação, que aconteceu ao largo das Ilhas Desertas, arquipélago da Madeira. Foi-lhes acoplado um transmissor para, via satélite, seguir a sua vida no oceano. Os seus percursos podem ser acompanhados em www.oceanario.pt.
Touché, a maior das duas tartarugas, tem mais de 40 anos e foi capturada acidentalmente por artes de pesca, perto da Figueira da Foz. Ferida, foi entregue a um particular e mantida num aquário de um restaurante. Daisy, foi capturada acidentalmente 10 anos mais tarde nas águas de Marrocos e levada para o mesmo local, tendo sido alimentadas à mão, numa rotina diária.
Em fevereiro de 2007, foram entregues ao Centro de Reabilitação de Animais Marinhos de Quiaios. Durante o período de permanência no centro foi iniciado um processo de reabilitação com o objetivo de contrariar a rotina de alimentação à mão e a presença constante de pessoas. Durante este período, as duas tartarugas marinhas ganharam massa muscular, que resultou num aumento do seu tamanho e peso, e iniciaram a adaptação a alimento vivo.
Hoje, Touché tem 142 quilogramas e Daisy tem 91 quilogramas. Quando chegaram ao Oceanário, em março de 2011, tinham 90 e 75 quilogramas, respetivamente. Coabitaram com outras espécies e foram estimuladas à procura e captura de alimento vivo, com o objetivo de as preparar para a reintrodução no seu ambiente natural.
A tartaruga-comum vive em todos os oceanos, desde latitudes temperadas até subtropicais. Tem uma mandíbula grande e poderosa para esmagar as suas presas e alimenta-se de invertebrados, peixes e algas. São conhecidas pelo seu comportamento migratório e chegam a percorrer mais de 4.800 quilómetros. Os adultos e juvenis migram em direção ao Equador, no inverno, para evitar as correntes frias.
Esta espécie de tartarugas está em perigo, segundo a Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN).