“Faça chuva ou faça sol” poderia ser a máxima do Skinenergy, projeto de um trio de Ovar, formado por Ricardo Sousa, 37 anos, arquiteto, pelo seu irmão José Sousa, 40, técnico de eletrónica e informática, e pelo amigo de ambos, João Pereira, 30, com um mestrado em Física.
Os três aliaram a arquitetura contemporânea ao desenvolvimento sustentável e criaram um produto cleantech – um revestimento para edifícios, gerador de energia através da deslocação do vento, dos fluxos de ar e do batimento contínuo da chuva.
Num dia de sol, com algum vento, o Skinenergy, recorrendo a elementos piezoelétricos (com capacidade de, sob pressão ou tração, produzirem eletricidade) combinados com membranas fotovoltaicas, origina 120 watts/m2. O equivalente a uma poupança, para a atmosfera, de 626,52 kg de dióxido de carbono/ano. A energia gerada, ao longo de 24 horas, nos sete dias da semana, pode ser usada diretamente na instalação, armazenada em acumuladores ou descarregada na rede pública.
Esta “pele” foi pensada para ser instalada em edifícios públicos ou privados de qualquer dimensão, criados de raiz ou remodelados; fachadas ventiladas, como lâminas de sombreamento de envidraçados e panos de vidro; em palas de sombreamento sobre vãos; em coberturas sem fim de impermeabilização; em pérgulas e coberturas de espaços exteriores como parques, mobiliário urbano ou estacionamentos.
“O custo de €500/m2, sem instalação e equipamentos acessórios, é muito aproximado do atual valor de montagem de painéis fotovoltaicos, e esses demoram, em média, seis a sete anos até que o valor do investimento seja coberto”, explica Ricardo Sousa. Uma das mais-valias do Skinenergy é ser microgerador de energia e um revestimento, por isso não há dois gastos independentes.