O município de Pequim anunciou na sexta-feira que irá publicar este mês os dados sobre as partículas responsáveis por parte da poluição da capital, respondendo assim a um pedido de um número crescente dos habitantes da cidade.
“As autoridades vão tornar públicos até ao novo ano [o ano chinês muda a 23 de janeiro] os dados relativos à qualidade do ar, tendo em conta as partículas finas PM2,5”, disse à AFP um responsável do departamento ambiental de Pequim.
Atualmente, o município de Pequim, com 20 milhões de habitantes, publica apenas os níveis das partículas PM10 ou de dimensão superior.
Os habitantes de Pequim, cidade com elevado nível de poluição, têm criticado as autoridades locais não só em relação à saúde ambiental da sua capital, mas também à falta de transparência governamental em relação a este assunto.
Mais informação através do online
Um dos principais motivadores dos protestos terá sido a conta Twitter BeijingAir alimentada pela embaixada dos EUA e que a todas as horas regista a qualidade do ar em Pequim através de um monitor instalado no próprio edifício da embaixada. Estas leituras mostram finas partículas poluentes – as tais PM2,5 -, cujos níveis, apesar de serem detetados pelas autoridades locais, são mantidas em segredo do público.
As partículas PM2,5 são fragmentos minúsculos, com cerca de 1/30 da largura de um cabelo humano, que resulta da queima de combustíveis, material usado para alimentar veículos, fábricas e até a atividade agrícola.
A agência de notícias chinesa Xinhua relata que o departamento ambiental de Pequim irá a partir de agora também fazer leituras todas as horas e disponibilizá-las online. Atualmente estão criadas seis estações de monitorização do ar e, ainda segundo a agência Xinhua, mais serão criadas até ao final do ano.
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Esta assistente de bordo chinesa poderá não voar para a Europa… pelo menos na Eastern Airlines como é o caso
Xianxing
China vs UE
Este anúncio do município de Pequim surge na mesma semana em que o Governo chinês anunciou recusar pagar a taxa de emissão de carbono que a UE impôs no primeiro dia do ano.
“A China não irá cooperar com a União Europeia” avisou Chai Haibo, secretário-geral da China Air Transport Association (Associação de Transporte Aéreo Chinês), associação que agrupa as quatro maiores companhias aéreas chinesas.
Esta mensagem que desafia o poder da UE marca um escalar de tensão com o Oriente e poderá levar à proibição das companhias aéreas chinesas de voar para aeroportos europeus. As quatro empresas – Air China, China Southern Airlines, China Eastern Airlines e Hainan Airlines -, transportam milhões de passageiros para a Europa todas as semanas e caso a proibição vá em frente estima-se que as companhias aéreas chinesas sofram perdas no valor de 800 milhões de yuan (cerca de 97 milhões de euros), segundo o Guardian.