É certo que os representantes de 194 países concordaram em renovar o Protocolo de Quioto e em preparar um novo pacto global que entrará em vigor em 2020.
Também ficou acordada a estrutura do Fundo Verde do Clima – criado para financiar ações de combate às alterações do clima, entre outras decisões.
Mas para Carlos Rittl, coordenador das Alterações Climatéricas e Energia da WWF Brasil, apesar do resultado político do encontro de Durban ser significativo, o conteúdo acordado é ainda fraco e coloca o mundo num caminho arriscado no sentido do aumento do aquecimento global.
Durante os debates das duas últimas semanas as Nações Unidas foi debatido o tema Clima, mas mais uma vez, estas falharam na ambição para combater as alterações climáticas e assim retiraram a esperança a centenas de milhões de pessoas em todo o mundo que sofrem e continuarão a sofrer os impactos relacionados com o clima.
Na opinião de Samantha Smith, líder da Iniciativa de Clima e Energia da Rede WWF, o trabalho dos governos é proteger os seus povos e isso não foi o que aconteceu, em Durban.
“A ciência diz-nos que precisamos de agir com urgência – porque os fenómenos climatéricos, como as secas, as tempestades, as inundações e as ondas de calor provocadas pelas alterações do clima vão piorar. Catástrofe é uma palavra forte, mas não se for vista na perspectiva de um futuro com 4 graus de aquecimento”, declarou Samantha.
Muitos foram os textos que ficaram pendentes, houve datas alargadas e processos que acabaram por não ser definidos. Os governos cantam vitória, mas não garantem sequer os 2 graus no aquecimento global.
Samantha Smith acrescentou que os governos passaram os últimos dois dias do encontro das Nações Unidas focados apenas num conjunto de palavras específicas nos textos de negociação em vez de usar seu capital político para promover uma ação real e efetiva para enfrentar as mudanças climáticas.
Também o diretor geral da WWF, Jim Leape, disse que em Durban que os políticos demonstraram uma incapacidade alarmante para enfrentar o desafio das alterações do clima. “No ano passado, os governos concordaram em manter a temperatura global em 2 graus, mas em Durban eles falharam completamente em fazer acontecer essa promessa”, afirmou Leape.
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