Não há alma que tenha passado pelo curso de Biologia da Faculdade de Ciências de Lisboa e não recorde o “professor Catarino “. De passos rápidos pela serra da Arrábida, o biólogo, jubilado em 2002, aos 70 anos, mostrava plantas, animais e o que mais houvesse, em memoráveis saídas de campo. “É importante sair da escola, da universidade, pôr os conhecimentos em prática. Foi assim que passei o bichinho da ecologia a muita gente”, diz.
Natural de Ourém, os fenómenos naturais nunca foram segredo para Fernando Catarino. “Tive sempre essa vantagem relativamente aos meus colegas de curso. Mas é preciso ir ao fundo das questões, não se fi car pelo deslumbramento.” Até meados do século XX, a Biologia consistia apenas em descrever, conhecer.
A partir daí, os biólogos começaram a preocupar-se também com a Fisiologia e o estudo das funções vitais dos seres vivos. “Tive a sorte de poder fazer parte da transição.” Ainda hoje faz por atender os pedidos de associações, universidades, empresas, comandando saídas de campo.
Porque, acredita, o conhecimento é a chave para a preservação. “Se não cuidarmos da natureza, ela não se aguenta e a graça do mundo vem, sobretudo, da biodiversidade.” Palavra de sábio.