Apesar dos relativos fracassos nas cimeiras do clima, a União Europeia continua a tentar liderar a transição energética, com as metas climáticas mais ambiciosas do mundo. Até 2030 – daqui a sete anos –, é suposto o Bloco dos 27 reduzir as suas emissões em 55%, face a 2005. O objetivo de longo prazo é atingir a neutralidade carbónica em 2050. É previsível que essa neutralidade seja antecipada para 2045 ou mesmo 2040.
Mas uma coisa é o que se escreve no papel, outra é a realidade. A crise energética provocada pela guerra na Ucrânia levou ao aumento da queima de carvão (como alternativa ao gás natural) para produzir eletricidade em vários países europeus, notavelmente na Alemanha, o motor económico da UE. A necessidade premente de criar autonomia energética a curto prazo tem passado também pela construção de infraestruturas dispendiosas, como terminais de gás natural liquefeito (GNL), que provavelmente serão utilizadas durante mais tempo do que o combate às alterações climáticas exige, para compensar o investimento, atrasando a transição energética para fontes mais limpas.