Foi através dos seus binóculos que a primatóloga britânica testemunhou, pela primeira vez, a forma como os chimpanzés arrancam paus finos, lhes retiram as folhas e os usam para apanhar térmitas nos buracos da floresta. Na década de 1960, descobria-se, assim, que fabricar ferramentas não era uma capacidade exclusiva dos seres humanos. A descoberta deixá-la-ia incrédula, e também à comunidade científica – que desconfiava desta jovem que ainda nem tinha uma licenciatura e dava nomes aos animais. Ao chimpanzé que lhe permitiu esta descoberta chamou David Greybeard, devido à barba grisalha.
Depois de mais de 25 anos no Parque Nacional de Gombe, na Tanzânia, Jane Goodall decidiu correr mundo para «tentar chegar ao coração das pessoas». Passou por Lisboa para participar no congresso mundial da ONG Rotary International. À VISÃO, falou sobre as surpresas e desilusões que a selva lhe trouxe.