O sonho deste homem bem podia ser o de tornar-se a personagem real de uma velha piada. À janela da Basílica de São Pedro, no Vaticano, o Papa abençoa os peregrinos. Mas, desta vez, Bento XVI está acompanhado por um homem vestido de preto. E, na praça, um turista japonês pergunta para o lado: «Quem é aquele velhinho, de branco, ao lado do Joe Berardo?»
Notoriedade e reconhecimento são, o comendador madeirense sabe-o bem, uma forma de poder. Quem, em Portugal, é mais conhecido do que o primeiro-ministro? O presidente do Benfica. Por maioria de razão… o dono do Benfica. Quanto vale a possibilidade de gerir tempos de antena, em horário nobre, ter a capacidade de abrir telejornais, parar o País, deixar em suspenso 6 milhões de almas em Portugal, mais os outros milhões na diáspora lusófona da Europa, da América e da África, manter em respeito autoridades civis, políticas e judiciais e, ainda por cima, com habilidade e bom senso, tornar-se uma figura realmente popular? Trinta e um milhões. Precisamente o valor de 60% das acções encarnadas, ao preço de 3,5 euros cada. Ou perto de 45 milhões, na segunda versão da oferta (compra de 85 por cento). Um amendoim, no imenso saco de vitualhas de Joe Berardo. Ainda um amendoim, mesmo que o montante suba a 50 milhões, valor dos 100% que a CMVM (Comissão do Mercado de Valores Mobiliários) quer ver em cima da mesa. Na véspera do anúncio da OPA, Berardo vendeu 5 milhões de acções da PT, o que lhe valeu um encaixe de 55 milhões. Ainda sobram uns patacos para comprar um jogador decente. A sua fortuna é de quase 2 mil milhões de euros. Palavras para quê?
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