A Índia também é católica, as divindades hindus vão paulatinamente dando lugar a toda uma panóplia de santos, de crucifixos e ainda no comboio já se vendem os terços. A paisagem também varia. A Humidade invade as carruagens, abafando o ambiente enquanto a nossa vista se delicia no verde luxuriante dos campos que acompanha o ziguezagueante trajeto do comboio.
Chegamos tarde, tarde demais para outra coisa que não seja arranjar um sítio onde dormir. Porém, tudo é calmo…não há gente na rua, parece outra Índia, diferente de todas as que já vimos…
Acordar e ligar a TV para assistir a um programa na RTP Internacional, tantos quilómetros depois, chega a ser irónico. Poucas expressões restam do português. Ouvimos chamar “patrão” e alguém que sabe contar até 5! Os resquícios ficaram apenas nos nomes de família, nas placas do comércio que nos remetem para o tempo do império da “nau da vela em cruz. Foi nas ondas do mar. Do mundo inteiro. Terras da perdição. Parco império mil almas. Por pau de canela e mazagão.”
Mais do que tudo, o império caiu, mas deixou um legado cravado de pedra inaudita, uma construção de ferro forjado que se entranhou numa Índia hindu, deixou as catedrais e a Sé, firmes numa fé diferente, numa missa dominical, num património mundial. A Roma de Ásia, a velha Goa portuguesa.
Experimentámos o melhor da cozinha indiana, comemos dosas e em jeito de despidas apreciamos calmamente o Lassi.
A praia também chama por nós e observamos a invasão da areia pelas famílias e amigos que se fazem à água vestidos no seu traje domingueiro e se secam depois ao sabor do vento, enquanto que nós nos tornamos assim pudicos e não nos atrevemos ficar nos trajes de banho ocidentais. Molhamos os pés apenas enquanto mergulhamos mais uma vez, a última, na cultura indiana.
Percorrer largas avenidas num passeio dominical à beira mar e bebericar uma água de coco é um epílogo da aventura indiana. Pouco nos resta mais.
Fazemos o caminho inverso, através do estado de Maharashtra, regressamos a Bombaim. O avião descola deixando atrás de nós o maior bairro de lata de Bombaim…uma das cidades que ainda nos fica por visitar, talvez numa próxima viagem…
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