Depois de algumas experiências bem sucedidas, a companhia aérea alemã Lufthansa entrou para a história da aviação moderna ao descolar com os primeiros voos regulares movidos a uma mistura de biocombustível com a gasolina tradicional para aviões. Nesta primeira fase experimental, os voos 50% verdes estão limitados a um avião Airbus A321, que diariamente faz a ligação entre as cidades alemãs de Hamburgo e Frankfurt.
Dentro de seis meses, a companhia aérea espera começar a alargar, de forma faseada, o uso deste biocombustível aos restantes aviões da sua frota.
Já em 2009, a companhia aérea KLM tinha promovido um primeiro voo experimental bem sucedido, com 40 passageiros a bordo e movido a biocombustível. E, mais recentemente, um avião da Aeromexico, atravessou o oceano Atlântico, até Madrid, realizando o primeiro voo comercial transatlântico alimentado com combustíveis verdes.
Apesar da pressão para adotarem sistemas mais amigos do ambiente, as transportadoras aéreas têm sentido algumas dificuldades em converter os seus aviões para os biocombustíveis por necessitarem de grandes quantidades de combustível e serem poucos os fornecedores com capacidade de resposta para a indústria.
A partir do próximo ano, todas as companhias aéreas a voar na União Europeia terão de pagar pelo que poluem, através do Sistema de Troca de Emissões (ETS) e, quanto menos combustível tradicional utilizarem, menos certificados necessitam de comprar.
A Lufthansa, por exemplo, calcula que terá uma despesa adicional entre os 150 a 350 milhões de euros com a entrada em vigor deste sistema, razão pela qual decidiu também acelerar o programa de rotas verdes. Outras companhias europeias como a British Airways e a Air France-KLM preparam-se para desenvolver voos regulares ainda este ano.
Atualmente, a indústria da aviação mundial emite entre 2 a 4 por cento das emissões globais de C02 e, se nada for invertido, este valor poderá aumentar para 15 a 20 por cento dentro de aproximadamente 39 anos.
O Dado
2,5 mil milhões de toneladas de CO2 é o valor estimado para as emissões da aviação mundial em 2050