Depois de cerca seis horas de autocarro chegámos à cidade de Palenque. Ao contrário do que esperávamos, Palenque é pequena e não tem nada de particularmente interessante para ver. Fundada em 1567, pelo frade Pedro Lorenzo de la Nada, parece construída para hospedar os turistas que querem visitar a área arqueológica.
A cidade pré-hispânica e o Parque Nacional de Palenque, estão registados na Lista de Património Mundial da UNESCO como um dos principais sítios maias. A evolução arquitectónica de Palenque, a rede comercial que ligava esta área maia com outras regiões distantes da Mesoamerica, assim como a selva alta que envolve a zona, fazem deste lugar um dos sítios mais importantes da cultura maia.
Numa superfície de 16 km quadrados levantam-se da selva mais de 200 estruturas arquitectónicas e construções, entras as quais se destacam o Templo de las Inscripciones, o Gran Palácio, o Templo XI, os templos da Cruz Faliada, do Sol e do Conde, assim como o Juego de Pelota.
Quando chegámos à zona arqueológica as nossas elevadas expectativas foram superadas pela realidade: no meio de uma selva densa, os palácios e os templos – muito bem preservados – erguiam-se majestosos, criando uma atmosfera mística. Entre as ruínas já desenterradas e restauradas, encontram-se outras tantas imersas na vegetação luxuriante.
Presos ao encanto deste lugar passamos mais que 5 horas a deambular entre ruínas e palácios. No percurso de saída da área arqueológica fomos ainda surpreendidos por duas belas cascatas.
No dia seguinte deixámos Palenque para ir a visitar as impressionantes Cascadas de Água Azul, localizadas a 64 km da cidade. Encontram-se também elas em plena selva, naquele que é considerado território zapatista. Na estrada que dá acesso ás cascatas fomos parados pelos zapatistas que nos pediram uma taxa para ter acesso à área turística.
Estas quedas de água, formadas por um afluente do Rio Tulijá, formam uma série de cascatas menores e criam piscinas naturais com distintas tonalidades que vão do azul céu ate ao azul-turquesa. A coloração da água, em combinação com a agradável brisa, cria um dos cenários naturais mais memoráveis deste país.