Foi há 50 anos, mas a memória continua bem viva, tanto no imaginário de milhões de pessoas por todo o mundo, como nas cicatrizes que deixou na política americana, no jornalismo e na perceção do que pode e deve ser uma democracia. Os factos tornaram-se quase lendários, mas vale sempre a pena recordá-los, por mais livros, filmes e séries televisivas que tenham sido produzidas ao longo deste meio século. Vamos aos factos:
Às primeiras horas de 17 de junho de 1972, o vigilante Frank Wills, que fazia a sua ronda noturna no Watergate Office Building, de Washington DC, viu uma porta arrombada e chamou a polícia. Pouco tempo depois, cinco homens foram detidos pelas autoridades, em flagrante delito, a fotografar documentos e a instalar aparelhos de escuta na sede de campanha do Partido Democrata, que ocupava, por completo, o sexto piso do edifício.
No dia seguinte, o jornal Washington Post fez uma chamada na sua primeira página a relatar a ocorrência, mas acrescentando alguns pormenores sobre a identidade dos cinco intrusos que, quando se apresentaram ao juiz de turno no tribunal de polícia, deram indícios de não serem ladrões vulgares. “Cinco homens, um dos quais disse ser um antigo funcionário da CIA, foram presos às 2h30 da manhã de ontem no que as autoridades descreveram como um plano elaborado para colocar escutas nos escritórios do Comité Nacional Democrático” – era como abria a notícia. Mas, logo no segundo parágrafo, havia outro pormenor interessante: “Três dos homens eram nativos de Cuba e um outro teria treinado exilados cubanos para atividades de guerrilha após a invasão da Baía dos Porcos de 1961”.
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